Banco Central erra, mas recebe os aplausos equivocados de sempre

Presidente da Fiep critica duramente alta da taxa Selic anunciada pelo Copom e cobra compromisso com o desenvolvimento

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, criticou fortemente a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em aumentar em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros da economia, anunciada nesta quarta-feira (28): “O Copom erra de novo ao insistir no remédio tradicional de subir os juros cada vez que a taxa de crescimento começa a acelerar. Vai na contramão do que o mundo inteiro tem feito. Mas vai receber aplausos dos de sempre: de boa parte do sistema financeiro e daqueles que carecem de espírito empreendedor”, afirmou.

Na avaliação de Rocha Loures, o Banco Central não tem compromisso com o desenvolvimento quando demonstra que sua única preocupação é o controle da inflação. “O Relatório sobre o Crescimento, elaborado por uma comissão de 21 líderes mundiais e economistas, entre os quais três ganhadores do Prêmio Nobel, é claro: Não basta aos bancos centrais se concentrarem apenas no combate à inflação. É preciso que a política monetária seja coerente com a estratégia de crescimento”, disse o presidente da Fiep.

Para o empresário, o Banco Central deve entender que cabe a si uma responsabilidade compartilhada com o País de se comprometer igualmente com a agenda de desenvolvimento. “Não podemos ter eternamente um Banco Central autista, que reage única e exclusivamente em função de uma agenda monotônica, como se suas decisões fossem autônomas e não afetassem nosso crescimento de longo prazo”, avaliou.

Rocha Loures fez questão de ressaltar que cuidar da inflação é importante, uma vez que o crescimento sustentável de longo prazo e a contínua redução da desigualdade pressupõem inflação baixa: “A garantia de uma ambiente estável e de preços sob controle são objetivos de todos. Mas há que se trabalhar em inúmeras frentes para alcançá-la: nas políticas de competição, nas políticas de apoio à expansão da capacidade produtiva, nas reduções de custo e aumento de competitividade e na redução da carga tributária”, concluiu.

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