Inclusão é uma via de mão dupla: beneficia tanto aqueles que estão sendo incluídos quanto os que aprendem a conviver melhor com a diversidade humana. Sob essa ótica, o Encontro Estadual de Educação Inclusiva, promovido pelo Sesi Paraná nesta quarta-feira (12), em Curitiba, buscou sensibilizar seus profissionais da área de educação sobre a relevância de ações e posturas que permitam a integração de alunos com deficiência na Rede Sesi de Educação.
“O objetivo não é tratar a todos de maneira igual, porque as dificuldades são diferentes, mas sim garantir que todos tenham direitos iguais”, disse a gerente de Educação do Sesi-PR, Ana Paula Mussi, aos pedagogos, diretores e coordenadores das unidades de ensino fundamental e médio e de educação de jovens e adultos do Sesi Paraná. A partir daí, os profissionais presentes no evento atuarão como multiplicadores dessas ações.
O encontro teve a participação de Angelina Carmela Matskei, do Departamento de Educação Especial da Secretaria Estadual de Educação, de gerente e profissionais do Sesi-PR.
Foi apresentado o panorama da realidade atual, levantando questões pertinentes ao tema, como a identificação das necessidades especiais, orientação e acessibilidade dos alunos à escola. O encontro enfatizou também a importância de se tratar as necessidades especiais de maneira natural, e o quanto a falta de informação é responsável pelo preconceito.
De acordo com Regiane Ruivo Maturo, gestora do projeto Inclusão da Pessoa com Deficiência na Indústria, é fundamental reverter a idéia de que a pessoa com deficiência é incapaz. “O objetivo principal dessas ações é justamente qualificar essa pessoa para o mercado de trabalho”, disse ela.
Segundo Regiane, o processo de inclusão na indústria, por exemplo, no qual o Sesi-PR já vem atuando há algum tempo, passa pela etapa do diagnóstico da empresa para verificar em que setor a pessoa teria uma habilidade compatível. “Ou seja, valorizar o que a pessoa pode fazer e não focar no que ela tem dificuldade”, disse ela.
Com essa iniciativa, o Sesi-PR apoia a indústria para que ela vá além do mero cumprimento da chamada Lei de Cotas (que reserva vagas para pessoas com deficiência). O projeto visa preparar a empresa para uma cultura da inclusão.
Angelina Carmela Matskei, da Secretaria Estadual da Educação (SEED-PR), contou que mais de 80 mil alunos com algum tipo de deficiência ou habilidade especial estão sendo atendidos no Estado. “Esta democratização da educação é uma conquista da primeira década do século XXI, mas está longe de ser algo acabado. Ainda temos um caminho a trilhar”, afirmou.
O próximo passo dessa parceria entre o Sesi Paraná e a SEED-PR é a promoção de cursos de capacitação nos 32 Núcleos Regionais de Educação, aprofundando a temática das deficiências visual, auditiva, neuromotora e intelectual apresentadas no encontro em Curitiba. Esses cursos, segundo Liliane Bachmann, da Gerência de Educação do Sesi Paraná, serão ministrados pelos multiplicadores aos demais profissionais da Rede Sesi de Educação nas próprias unidades regionais da instituição.