Importações disparam 51% até abril

Ritmo de alta é três vezes superior ao das exportações, que aumentaram 16%

clique para ampliar clique para ampliarTerminal de contêineres em Paranaguá: importações em alta (Foto: Gílson Abreu)

As importações do Paraná cresceram a um ritmo três vezes superior ao das exportações nos primeiros quatro meses de 2010, na comparação com o ano passado. No período de janeiro a abril, o Estado comprou US$ 3,6 bilhões do exterior, valor 51% maior do que o registrado em 2009, enquanto os embarques somaram US$ 3,8 bilhões, 16% a mais do que no ano anterior, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento. Em abril, as exportações somaram US$ 1,3 bilhão, 13% acima do verificado em março. As importações chegaram perto de US$ 1 bilhão, 8% a mais do que no mês anterior.

Segundo análise do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), chama a atenção o aumento na importação de materiais de transporte (alta de 64,8%, para US$ 579 milhões no quadrimestre) e de materiais elétricos e eletrônicos (alta de 75,6%, para US$ 423 milhões), que refletem a aquisição de veículos e implementos barateados pela valorização do real, e a compra de peças para a montagem de equipamentos eletrônicos, em especial computadores.

A velocidade da expansão das importações contrasta com a recuperação mais lenta das exportações. Em parte, esse comportamento é explicado pelo ritmo de colocação da safra no mercado externo e pela queda na cotação de alguns produtos agrícolas – nos primeiros quatro meses do ano, os embarques do complexo soja tiveram uma retração de 1%, os de cereais caíram 8% e os de açúcar, 13%. Outros setores mostram uma recuperação mais forte, entre eles o de material de transporte (alta de 45% no quadrimestre) e o de mecânica (47%). Até mesmo a indústria da madeira, que amargura uma longa queda nas vendas, apresentou um crescimento de 10% nos primeiros quatro meses.

Valor agregado – Maurílio Schmitt, chefe do Departamento Econômico da Fiep, destaca que a crise econômica e o câmbio desfavorável causaram um estrago grande na balança comercial do Estado que só agora começa a ser revertido. “Os produtos manufaturados, que chegaram a representar 57,4% das exportações em 2006, atingiram 42% em 2009, perdendo a primeira colocação para os produtos básicos, que passaram de 29,3% em 2006 para 44,4% em 2009”, diz. “O Paraná voltou a ser principalmente exportador de matérias-primas.” Nos primeiros quatro meses de 2010, os manufaturados voltaram a liderar a pauta exportadora, com 45% de participação – ainda longe do porcentual de 2006 –, contra 44% dos itens básicos.

O maior equilíbrio na pauta exportadora pode ser notado na menor concentração no complexo soja. Sua participação caiu de 31,7% no período de janeiro a abril de 2009, para 27% neste ano. Ao mesmo tempo, os materiais de transporte ganharam terreno, passando de 12,5% para 15,5% do total embarcado pelo Paraná no mesmo período. Com isso, esse grupo reassumiu a segunda posição na pauta, que no ano passado foi ocupada pelas carnes, com 14,6% de participação, e que ficou estável em 2010.

A análise da Fiep também destaca o fato de haver uma maior concentração da corrente de comércio (que é a soma de exportações e importações) com a China. Em 2009, os chineses representavam 12% do comércio exterior do Estado, participação que saltou para 15% nos primeiros quatro meses do ano. A segunda colocada é a Argentina, cujo peso ficou constante, em 10% da corrente.

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