
O bondinho do Corcovado e o Cristo Redentor foram palcos do lançamento, nesta terça-feira (19), da campanha “Carinho de Verdade”, uma iniciativa do programa ViraVida, que atua para inserir no mundo do trabalho jovens e adolescentes em situação de exploração sexual. O programa é desenvolvido pelo Conselho Nacional do Sesi e a campanha é uma parceria com o Sistema Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e Rede Globo.
O lançamento contou com as presenças da primeira dama, Marisa Letícia; do arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta; da apresentadora Xuxa Meneghel, que é a madrinha do projeto; do presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli; o diretor superintendente do Sesi-PR, José Antonio Fares, e diretores dos departamentos regionais da entidade de todo o Brasil. .
A campanha “Carinho de Verdade” surgiu do projeto ViraVida, como desdobramento natural de um trabalho desenvolvido desde 2008 com jovens e adolescentes de 16 a 21 anos em situação de exploração sexual.
No Paraná, o projeto está sendo implantado em Curitiba, em Foz do Iguaçu e em Londrina. O projeto já existe no Ceará, Pará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Distrito Federal, Piauí, Bahia, Paraíba. Além do Paranpa, está em fase de implantação também no Paraná, Rondônia e Rio de Janeiro.
O resgate social desses jovens é feito através da formação socioeducativa e capacitação profissional, com inserção no mercado de trabalho. A campanha “Carinho de Verdade” tem o objetivo de chamar a atenção para o problema e envolver a iniciativa privada e a sociedade civil na busca de soluções que garantam aos jovens o direito a ter uma vida protegida da violência sexual.
Serão desenvolvidas ações que levem informações e promovam o debate em diferentes grupos da população, tendo como principal instrumento redes sociais, como Orkut, Facebook, Twitter e outros.
A cada mil pessoas que aderirem à mobilização no site www.carinhodeverdade.org.br, o Cristo fará o gesto do abraço, que consiste em uma projeção mapeada em cima da imagem do monumento, dando a impressão da junção dos braços em um grande abraço. Na manhã seguinte ao lançamento já havia quase três mil adesões.
Dignidade desde a infância – No evento, que teve como mestre de cerimônia o ator Milton Gonçalves, o arcebispo Dom Orani lembrou que o Cristo Redentor completa 80 anos como símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil. A campanha “Carinho de Verdade” faz parte das comemorações.
“Quero cumprimentar a todos pelo empenho à campanha. Temos que enxergar de uma maneira nova o ser humano com a sua dignidade desde a infância. Também espero que possamos pouco a pouco mudar esta realidade e restaurar essa sociedade. Isto nos traz esperança. Vamos todos abraçar esta causa”, disse o arcebispo.
Jair Meneguelli ressaltou a importância da parceria com o Sistema S com as empresas que ajudam na empregabilidade dos jovens. “Se não pudéssemos reunir toda essa gente do bem, certamente não conseguiríamos fazer este projeto acontecer”, afirmou ele.
Para Xuxa Meneghel, escolhida madrinha da campanha, a violência dentro de casa faz com que as crianças fujam para as ruas. “Mais de 70% das pessoas que vivem nas ruas o fazem porque sofreram algum tipo de violência dentro do próprio lar”, afirmou Xuxa.
“Com este trabalho, gostaríamos de sensibilizar os empresários, para que ofereçam emprego a esses jovens que sairão das ruas e serão preparados profissionalmente pelo Sistema S”, disse ela. “Esta campanha é para mostrar que não podemos cruzar os braços, podemos abraçar”.
Na visão de Maria Lucia Telles, superintendente do Sesi-RJ, que representou o presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, a campanha realizada pelo Conselho Nacional da entidade, através do projeto ViraVida, tem como objetivo mudar a vida das crianças e de jovens que sofrem violência e exploração sexual.
“Hoje, aqui, temos como meta ampliar e dar uma visibilidade maior a esta ação, tendo Xuxa como madrinha. Queremos preservar as crianças de todos os maus tratos, já que muitas vezes não denunciam, ficam caladas por medo e vergonha”, concluiu Maria Lucia.