Vendas da indústria crescem 1,75% em setembro

No ano, setor acumula alta de 7,5% e está perto de superar o desempenho de 2008

 

clique para ampliar clique para ampliarSetor do vestuário está entre os que mais cresceram em setembro (Foto: Gílson Abreu)

Impulsionadas pela demanda interna, as vendas da indústria do Paraná cresceram 1,75% em setembro, na comparação com agosto, atingindo o maior nível na pesquisa de indicadores conjunturais da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) desde outubro de 2008, quando a crise internacional foi sentida pelas empresas brasileiras. De janeiro a setembro, as vendas do setor cresceram 7,5% em relação ao mesmo período de 2009 – 17 dos 18 segmentos pesquisados apresentaram alta neste ano.

Setembro foi o quarto mês seguido em que o indicador de vendas foi maior do que o registrado nos mesmos meses de 2008. Mesmo assim, o resultado acumulado nos primeiros nove meses deste ano ainda ficou 0,47% abaixo do visto em 2008. A explicação para a recuperação lenta da crise está na dificuldade que a indústria vem encontrando para exportar. Até setembro, as vendas para o exterior caíram 5,7% em relação a 2009 – atualmente, apenas 19% da produção industrial paranaense está sendo direcionada ao mercado externo, a menor proporção desde 2000, quando foi de 17%.

“A atividade industrial vem sendo puxada pelo mercado interno, que é influenciado pela abundância de crédito destinado aos consumidores, em especial no setor de veículos automotores”, explica o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt. A recuperação das vendas de carros, ônibus e caminhões é o principal impulso da indústria em 2010. Segundo Schmitt, do crescimento de 7,5% acumulado no ano, 4,2 pontos porcentuais vêm do segmento de veículos automotores. Em segundo lugar vem a indústria de borracha e plásticos, com contribuição de 0,6 ponto.

Os setores que registraram os melhores desempenhos em setembro, na comparação com agosto, foram o de móveis, com alta de 30% devido à demanda de fim de ano, vestuário (27%), por causa da entrada da coleção primavera/verão, e metalurgia básica (16%), respondendo a um aumento da demanda internacional por aço. As maiores retrações foram no setor de têxteis (-25%), influenciado pela redução na produção de seda, material eletrônico e de comunicações (-20%) e máquinas e materiais elétricos (-12%).

No acumulado de janeiro a setembro, o destaque é o segmento de veículos automotores, com crescimento de 36% devido à retomada da demanda após a crise. Ele é seguido pelos setores de couros e calçados (33%), máquinas e materiais elétricos (30%) e borracha e plásticos (29%). A única retração no período foi no setor de edição e impressão (-11,5%).

Em setembro, a indústria fez uma pausa nas contratações. O nível de emprego ficou estável, após uma elevação de 1,6% em agosto. No ano, o setor industrial aumentou em 4,5% o número de pessoas empregadas – em especial nas áreas de metalurgia básica, máquinas e equipamentos e produtos de borracha e plástico. O uso da capacidade instalada foi de 78%, dois pontos porcentuais acima do registrado em agosto, mas ainda abaixo do ritmo visto entre maio e julho, na faixa de 80%.

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