
O Centro Internacional de Inovação (C2i), do Sistema Fiep, por meio dos Observatórios SENAI e SESI Paraná, realizou nesta quinta-feira (7), no Cietep, em Curitiba, o segundo dia da Rodada de Negócios entre empresários da indústria de alimentos e pesquisadores das principais universidades do Brasil neste setor. Nos dois dias foram realizadas 101 encontros que colocaram frente a frente 19 empresas e 51 pesquisadores.
O ineditismo, segundo a gerente dos observatórios SENAI, Sesi e IEL Paraná, Marilia de Souza, está na aproximação entre o setor produtivo e a universidade. Como não havia um modelo formatado dessa forma, os Observatórios buscaram junto ao Centro Internacional de Negócios (CIN), também do Sistema Fiep, que colaborou com a expertise da participação em diversas Rodadas de Negócios no modelo empresa com empresa “O modelo de Rodada de Negócios no mundo todo sempre acontece de empresa com empresa. Nunca houve uma aproximação neste formato entre o empresário e o pesquisador”, relata.
Segundo Marilia, a Fiep já vem tentando promover essa aproximação há tempo, mas fatores como a indisponibilidade ou o receio de ambas as partes – empresa e universidade – dificultavam a viabilização. “O setor industrial, assim como toda a sociedade mudou muito rápido. Além disso, surgiram novas empresas com grande competitividade. Essas empresas são mais abertas a este formato. Isso nos ajudou, enfim, a viabilizar uma Rodada de Negócios neste formato. Não que as empresas tradicionais não possam se beneficiar com essa aproximação. A pesquisa é importante para todo o setor produtivo, mas as empresas mais novas são mais abertas à inovação”, destaca Marília.
Resultados – De acordo com a gerente dos Observatórios do Sistema Fiep, os encontros superaram as expectativas da maioria dos empresários e também dos pesquisadores. “Houve um engajamento imediato entre a maioria dos empresários que já programaram novos encontros com os pesquisadores. Isso demonstra a importância destes dois atores trabalharem juntos”, ressalta Marilia.
Para Anny Trentini, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Herbarium, uma das empresas participantes da Rodada, eventos como esse aproximam, de fato, empresas, universidades e pesquisadores. “A academia é uma fonte de conhecimento e é preciso levar os frutos das novas idéias aos consumidores, o que se dá através da parceria com as empresas”, disse ela.
Outra empresa que participou dos encontros foi a Baldo S/A. Recentemente eles participaram de outro programa de incentivo à inovação, ofertado pela Fiep, o Inova XPress, por meio do C2i. Agora eles buscam na Rodada de Negócios uma oportunidade de expandir sua linha de produtos. Leandro Gheno, proprietário da empresa, destaca o network proporcionado e a oportunidade de conhecer as empresas e os pesquisadores. “É interessante ver aqui projetos de pesquisa de produção primária, que lidam diretamente com os produtos”, disse ele.
Outro setor que demonstrou interesse na aproximação com os centros de pesquisas foi o de cooperativas. Segundo Fabiano Cunha, responsável por PD&I da cooperativa de laticínios Confepar, de Londrina, a tendência de mercado para o setor produtivo de alimentos exige a inovação. “Se ficarmos amarrados no formato de produção que aplicamos há trinta anos corremos o risco de morrer. Inovar é uma forma de rejuvenescer o negócio”, reforça.
Marilia ainda reforçou os próximos passos deste projeto. Segundo ela, os especialistas dos Observatórios deverão acompanhar os próximos encontros para tentar identificar os resultados práticos dessas parcerias e a taxa de sucesso da aproximação.
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