Quarteto Descobertas trouxe canções populares de compositores brasileiros em arranjos clássicos (Foto: Mauro Frasson)Depois de 28 apresentações na Europa, o Quarteto Descobertas, formado por professores da Escola de Música Sol Maior, de Londrina, voltou ao Brasil para mostrar ao público local a música que encanta os europeus. Com um detalhe: a música de compositores brasileiros que encanta os europeus. “Queremos quebrar esse paradigma que diz que o músico brasileiro tem mais reconhecimento lá fora do que dentro de casa”, diz o violinista Roney Marczak, maestro do conjunto. “Nossa música é internacional, com base na obra de grandes compositores brasileiros”, completa.
O Quarteto Descobertas apresentou-se no último domingo (21) pelo circuito Sesi Música, no Cietep, em Curitiba, encerrando os shows da temporada 2010 da mostra. O repertório trazido pelo grupo fez jus à promessa de Marczak de que o concerto seria “uma viagem por todo o Brasil, de Norte a Sul”. O concerto trouxe canções de Geraldo Vandré a Zequinha de Abreu (Tico-tico no Fubá), passando por autores consagrados como Tom Jobim e Gilberto Gil e chegando a importantes nomes da música brasileira moderna, como Camargo Guarnieri e Francisco Mignone.
Compositores e canções populares em arranjos pendendo para o clássico, respeitando a origem e formação do grupo formado, além de Marczak, por Mateus Gonçalves (piano), Filipe Barthem (contrabaixo), Marcello Casagrande (percussão) e André Vercelino (percussão), com as participações mais do que especiais dos jovens Luigi e Luan Marczak na percussão. Roney Marczak, formado pela Musikhochschule de Freiburg, na Alemanha, e com mestrado pela Escola Superior de Música de Berna, na Suíça, adianta que o Descobertas já tem turnês marcadas na Europa para 2011 e 2012. “Este concerto é um trabalho bastante elaborado, que traz a obra de 38 compositores que vão do clássico ao popular”, conta.
Para o maestro, trata-se de uma “honra” encerrar a temporada do Sesi Música. “É importante dar abertura para compositores brasileiros. Pensamos em agradar um público heterogêneo e tirar o mal- entendido de que o violino é um instrumento apenas clássico. Há apenas dois gêneros de música: a boa e a ruim”, complementou o violinista.
Para a coordenadora de Cultura do Sesi Paraná, Anna Zétola, o Sesi cumpriu bem o seu papel de levar cultura de qualidade ao trabalhador da indústria com a mostra Sesi Música. “O Sesi Música procura resgatar valores trazendo shows de artistas que não estão na grande mídia mas que são grandes talentos musicais”, disse. Para 2011, já estão confirmadas oito datas para a continuidade do programa. “Vamos continuar trazendo boa música um domingo por mês sempre às 19 horas”, resumiu.