
As empresas brasileiras não têm o costume de assegurar o direito sobre resultados do trabalho de pesquisa, desenvolvimento e inovação. O presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Jorge Ávila, que esteve em Curitiba nesta quarta-feira (13), disse que o número de pedidos de patentes e de marcas depositados junto ao órgão é ainda muito baixo, devendo chegar a 36 mil neste ano. Nos EUA, por exemplo, a previsão é que sejam depositados 600 mil pedidos.
“As empresas investem em pesquisa e desenvolvimento porque querem competitividade e lucro, mas não conseguirão esses objetivos se não assegurarem suas inovações”, afirmou Ávila a empresários e profissionais de empresas de Curitiba e Região metropolitana, em encontro promovido pelo Senai Paraná e o INPI. “É como colocar uma pepita de ouro no muro da casa”, disse ele no encontro, que teve a presença do diretor regional do Senai Paraná, João Barreto Lopes.
Segundo Ávila, há falta generalizada de entendimento por parte das empresas de como o sistema de proteção opera. “Por isso, é fundamental que entidades como o Senai Paraná ajudem a fazer com que o empresário entenda a proteção de seus produtos”, afirmou.
O INPI, o Senai e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) atuam junto no Programa “Propriedade Intelectual para a Inovação na Indústria”, que contribui para a construção, no País, de uma cultura de proteção e de negócios com bens da propriedade intelectual e difundir informações relacionadas a esta área.
O Programa disponibiliza diversas ferramentas para empresários, professores, jornalista e sociedade em geral sobre o assunto. Além disso, oferta dois cursos de Propriedade Intelectual (gratuitos) e o Manual de Gestão da Propriedade Intelectual para o Sistema Indústria. Reportagens, números, o marco regulatório do tema também são disponibilizados no blog do Programa (www.propintelectual.com.br).
Hoje, o Senai Paraná, com apoio do INPI, presta atendimento ás empresas nas suas unidades. No encontro de Curitiba, Jorge Ávila disse que o INPI e o Senai Nacional discutem a elaboração de um novo programa, que expandirá esse atendimento. A meta do programa é que todos os centros de tecnologia do Senai no País venham a ter base de atendimento às empresas, com apoio do INPI.
A gerente de Inovação do Senai Paraná, Sônia Parolin, apresentou Aos empresários a série de ferramentas da entidade para apoiar a inovação na indústria. “A principal iniciativa é o Edital Senai/Sesi de Inovação, que disponibiliza recursos para as unidades das entidades, a fim de que se capacitem a desenvolverem projetos em parceria com as indústrias.
“O Paraná é um destaque. Desde a criação do Edital de Inovação, em 2004, os projetos já envolveram R$ 8,4 milhões. Foram gerados oito pedidos de patentes e mais de 70% dos produtos inovadores desenvolvidos estão no mercado”, disse Sônia.
O Edital Inovação 2011 está aberto, o prazo para inscrições é dia 06 de maio. Os resultados serão conhecidos em julho e os projetos aprovados terão 20 meses de desenvolvimento a partir de outubro de 2011. Confira o edital completo e os casos de sucesso no site www.editaldeinovacao.com.br
Apoio à inovação – Com o objetivo de incentivar a inovação no Paraná e com isso aumentar a competitividade do setor produtivo do Estado, a Fiep criou, em 2009, o Centro Internacional de Inovação (C2i). No encontro de Curitiba, o diretor executivo do C2i, Filipe Cassapo, disse que as empresas brasileiras ainda precisam amadurecer em gestão da inovação. “A inovação tem que ser uma estratégia prioritária nas empresas que querem crescer de forma sustentável. O papel do C2i é auxiliar o setor produtivo do Estado nesse amadurecimento”, explica Cassapo.
O C2i funciona como uma concessionária de inovação, promovendo os produtos e serviços do SENAI, SESI e do IEL, além das instituições parceiras que atuam no incentivo à inovação. Caso do INPI que, constantemente, desenvolve programas e seminários em parceria com a Fiep para orientar os empresários quanto aos caminhos para a proteção de idéias e projetos inovadores.