
Uma comitiva formada por representantes de 58 empresas da província chinesa de Zhejiang foi recebida na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) nesta sexta-feira (26), para conhecer as oportunidades de negócios no Estado.
Esta é a maior missão empresarial chinesa que já veio ao Paraná. Ela foi organizada pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiep, que promoveu na ocasião uma rodada de negócios com mais de 300 empresários paranaenses que têm interesse em desenvolver negócios com empresas do país asiático.
Há três anos a China é o principal parceiro comercial do Paraná. Apenas nos sete primeiros meses de 2011 o fluxo de comércio entre eles somou US$ 3,479 bilhões, sendo US$ 1,868 bilhão em exportações e US$ 1,610 bilhão em importações. Segundo a diretora do CIN, Janet Pacheco, não se pode virar os olhos para um parceiro tão importante no cenário internacional. “Temos que aprender como aproveitar estas oportunidades a nosso favor.” avalia.
Foi o que fez o empresário do segmento de equipamentos odontológicos de Campo Mourão, Ater Cristófoli. Depois de notar que estava perdendo seus clientes internacionais para empresas chinesas, ele decidiu conhecer de perto a potência asiática. “A maneira que nós vimos para reconquistar o nosso espaço e até fortalecer nossa empresa no Brasil foi investir na China”. Há um ano ele abriu uma filial na cidade de Ningbo, na província de Zhejiang, que deve começar a produzir em novembro deste ano.
Dentre os principais interesses dos empresários chineses em relação ao Paraná estão os setores de agroindústria, metal-mecânica, vestuário e construção civil. Segundo o vice-presidente da Fiep, Rommel Barion, esta não é uma missão de vendedores chineses, pelo contrário, a grande maioria dos participantes deseja construir parcerias, adquirir produtos, máquinas e tecnologia local, além de buscar oportunidades para investimentos no Estado. “Nós temos trades que estão vindo para comprar nossos produtos. Nós temos muito a aprender com a indústria chinesa, mas também temos muito a ensinar, o Paraná tem uma indústria forte com setores bem estruturados.”, afirma.
Segundo o diretor do China Council for the Promotion of the International Trade (CCPIT), entidade empresarial que organizou a missão pelo lado chinês, Li Xihshi, o evento é uma importante oportunidade para a internacionalização das empresas de Zhejiang. A opção pelo Brasil se dá em função do grande crescimento econômico pelo qual o país vem passando nos últimos anos.
Diferente de outras missões internacionais, que prospectam oportunidades em diversos Estados brasileiros, a comitiva chinesa tem como destino apenas o Paraná. Isso se deve à relação estreita existente entre o CCPIT e a Fiep. A aproximação destas duas entidades empresariais começou a ser delineada em 2004, através do trabalho do CIN. Em 2005, durante visita o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures à China, foi assinado um acordo de cooperação com a entidade chinesa.
Para o empresário Tiago Guetter, do setor de construção civil, a conversa com empresários chineses abriu um leque de oportunidade que podem vir a se concretizar. Nos próximos meses ele pretende viajar à China para conhecer mais de perto este mercado. “Eles têm dinheiro e querem investir, quanto mais investirem, mais o Brasil tende a crescer.”, observa.
Evento – No período da manhã, os empresários chineses participaram de um simpósio onde conheceram mais detalhes sobre o Paraná, suas potencialidades de investimento e os setores da economia em que o Estado detém grande expertise.
A mesa de autoridades do simpósio foi formada pelo atual presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, pelo presidente eleito da federação, Edson Campagnolo, pelo vice-presidente, Rommel Barion, pelo secretário estadual de Planejamento, Cássio Taniguchi, além de autoridades chinesas do CCPIT. Segundo Rocha Loures: “Zhejiang está entre as províncias mais desenvolvidas da China, assim como o Paraná está entre os Estados mais desenvolvidos do Brasil.”.
No período da tarde foram realizadas rodadas de negociação. Foram dezenas de meses divididas em oito janelas da 25 minutos cada, onde os participantes tiveram oportunidade de apresentar suas propostas e conhecer as ofertas e demandas dos empresários chineses. O diálogo entre os empresários contou com o apoio de intérpretes disponibilizados pela Fiep.