Dia do Trabalho: uma data para reflexão
A comemoração do Dia do Trabalho, em 1º de maio, é sempre um momento propício para a reflexão sobre as relações entre capital e trabalho em nosso país. Uma relação complexa e que muitas vezes acaba sendo levada, equivocadamente, para o campo dos conflitos. O Brasil é hoje um dos países com maior número de […]
A comemoração do Dia do Trabalho, em 1º de maio, é sempre um momento propício para a reflexão sobre as relações entre capital e trabalho em nosso país. Uma relação complexa e que muitas vezes acaba sendo levada, equivocadamente, para o campo dos conflitos.
O Brasil é hoje um dos países com maior número de ações trabalhistas em todo o mundo. Por ano, são cerca de 7 milhões de reclamatórias na Justiça do Trabalho. A quantidade é assustadoramente mais elevada do que a registrada em nações como Estados Unidos, com 75 mil, França, com 70 mil, e Japão, com apenas 2 mil ações trabalhistas por ano.
Números como esses mostram que, em nosso país, precisamos avançar – e muito – na transparência e na confiança nas relações entre trabalhadores e empregadores. Não necessitamos de tanto conflito, principalmente porque qualquer empreendedor digno desse nome, em sã consciência, não deve ter o menor interesse em prejudicar seus colaboradores. Pelo contrário, deve incentivá-lo e dar condições para que se desenvolva, porque sabe que o sucesso de qualquer negócio depende do engajamento de seus colaboradores.
Precisamos, antes de tudo, criar a consciência de que empreendedores e empregados são, em última instância, todos trabalhadores. São, em igual nível de importância, elos fundamentais de uma mesma cadeia que tem como objetivo final a geração de riqueza e renda. Não para os empresários, mas para toda a sociedade, garantindo o sustento das famílias e a manutenção dos serviços públicos, por meio dos tributos pagos.
Fica claro, então, que capital e trabalho devem andar unidos. Caminhando juntos, com um diálogo franco e sincero, despido de ideologias, é que vamos conseguir reduzir conflitos e buscar soluções que garantam o crescimento das empresas, a evolução dos trabalhadores e o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
E que esta reflexão paute as ações de todos os trabalhadores – empreendedores e empregados – não apenas a cada 1º de maio, mas em nosso dia a dia.
Edson Campagnolo
Presidente do Sistema Fiep