Crise econômica: Startups evoluídas, as chamadas ‘scale-ups’ apontam para solução

Categoria gera mais de 60% dos novos empregos do País; Curitiba é destaque, mas enfrenta como principal desafio o pessimismo da população sobre empreender

Estudo publicado pela Endeavor no último ano apontou que as scale-ups (startups bem sucedidas, com uma média de cinco anos de idade) representam menos de 1% das empresas brasileiras, mas geram mais de 60% dos novos empregos. “São uma grande oportunidade econômica, de alto impacto, para tirar o Brasil deste momento econômico difícil que está vivendo”, aponta Filipe Cassapo, gerente executivo do Centro Internacional de Inovação, do Senai no Paraná. Por definição, as scale-ups são capazes de crescer pelo menos 20% ao ano de forma constante, coerente e sustentável.

Cenário curitibano

O mesmo levantamento colocou a capital paranaense na 10ª posição em termos de quantidades de scale-ups. O levantamento concedeu um índice de 6.54 a Curitiba, em uma escala de 0 a 10, em termos de ambiente favorável ao empreendedorismo de alto impacto. Outro indicador interessante é o posicionamento de Curitiba no 100 Open Startups, cuja etapa no Paraná é realizada pelo Senai (Desafio Paraná de Startups). “O Paraná foi o segundo estado que mais produziu projetos. Além do volume, me chamou a qualidade das ideias”, conta Bruno Rondani, investidor e fundador da Wenovate, empresa que coordena o desafio nacionalmente.

O setor de Educação é um dos que mais concentra startups em Curitiba, segundo o Projeto Startup 2015, mapa construído pelo Sebrae sobre o cenário local. A área também foi destaque no Desafio, que premiou projetos como o BlueMind, plataforma de treinamento gameficado para crianças autistas e o EduApps, aplicativo de mobile learning que ajuda professores a prepararem aulas envolvendo games. “No Brasil, e em particular no Paraná, as maiores vocações são encontradas em tecnologias verdes, energia, biotecnologia, economia criativa e TICs [Tecnologias de Informação e Comunicação]”, complementa Cassapo.

Prós e contras de se investir aqui

Para Cassapo, os pontos fortes da capital paranaense, em termos de atração, desenvolvimento e retenção de empreendedores de alto impacto são a qualidade de vida, o maior acesso à Internet de qualidade e o uso efetivo de propriedade intelectual. “Entre os desafios da cidade, temos o modelo mental comum que não vê a ideia de empreender com otimismo – e onde empreender não é considerado como principal opção de carreira”, diz o profissional.

Segundo ele, de forma geral, o Brasil não oferece um ambiente dos mais propício à atividade empreendedora, pelos altos níveis de burocracia, tributos elevados e políticas de incentivo a empreendedorismo inovador pouco eficientes. “Cabe relembrar que o Brasil caiu 18 posições no recém-divulgado Ranking de Competitividade do Fórum Econômico Mundial, ficando 75º lugar de 140 países analisados”, cita o gerente.

Senai e as startups

Por meio de centros de Educação Profissional e de Institutos de Tecnologia e de Inovação, o Senai no Paraná empodera o empreendedor inovador, ao acelerar o desenvolvimento das suas atividades e aumentar a qualidade e relevância do seu impacto. Umas das ações é a realização do Desafio Paraná de Startups, que tem como objetivo dar visibilidade e apoio a empreendedores em diversos estágios de maturidade, e processos de aceleração de startups, que permitem que empresas de alto potencial tenham acesso a boas práticas de gestão, parceiros,  clientes estratégicos e capital, por meio de fundos de investimentos parceiros e redes de investimento-anjo. O Senai ainda desenvolve a cultura do empreendedorismo inovador por meio das suas práticas pedagógicas, em todos os níveis educacionais.

Por Bel Victorio

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