

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere argentina, a União Industrial Argentina (UIA), assinaram, nesta segunda-feira (23), em Buenos Aires, uma declaração conjunta que sugere aos respectivos governos ações prioritárias para avançar nas agendas econômica e comercial bilateral e regional. O documento, firmado em nome do Conselho Empresarial Brasil-Argentina (Cembrar), elenca medidas prioritárias que devem ser adotadas para ampliar a cooperação e os negócios entre os setores industriais dos dois países.
O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Carlos Valter Martins Pedro, participou do encontro com os empresários argentinos a convite da CNI. Também estiveram presentes os presidentes das outras Federações das Indústrias da região Sul: Mario Cezar de Aguiar, de Santa Catarina, e Gilberto Petry, do Rio Grande do Sul.
Prioridades
Entre as ações prioritárias apontadas pelas entidades estão a necessidade de acelerar o processo de negociações externas com mercados estratégicos à indústria, como o avanço na conclusão formal do Acordo União Europeia-Mercosul; a eliminação de barreiras comerciais e o progresso na implementação de iniciativas de convergência e cooperação regulatória; a colaboração bilateral em direção a uma economia de baixo carbono; a promoção de investimentos para estimular o fornecimento de energia, infraestrutura e conectividade entre os dois países e na região; e a celebração do protocolo de facilitação do comércio e desburocratização.

“Brasil e Argentina são parceiros comerciais estratégicos”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. “Quase 90% da corrente de comércio é composta por bens da indústria de transformação, principalmente, produtos de maior tecnologia e maior valor agregado. O fortalecimento das relações trará ganhos mútuos para as economias dos dois países, com ganhos para emprego e renda da população”, acrescentou.
A participação do Brasil e da Argentina nas exportações mundiais de bens industriais, no entanto, está aquém do potencial produtivo de ambos os países. Além disso, Brasil e Argentina têm perdido participação no comércio entre si para outros países. Em vista disso, é importante que os dois países intensifiquem a agenda bilateral para fortalecer suas relações econômicas.
Além disso, para as representantes do setor industrial, a pandemia de Covid-19 e o conflito entre Ucrânia e Rússia aceleraram as tendências anteriores de reorganização das cadeias globais de valor e aumentaram ainda mais a importância da integração regional – processo que abre novas oportunidades para expandir a participação do Brasil e da Argentina no comércio mundial.
O documento do Cembrar foi entregue aos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández, em encontro entre empresários e os chefes de Estado, na Casa Rosada, sede do governo argentino. Mais detalhes sobre as propostas elaboradas pelas entidades industriais estão disponíveis neste link.
Com informações da Agência de Notícias da Indústria/CNI