

A energia elétrica é um dos principais insumos da indústria e tem impacto direto na competitividade das empresas. No Paraná, onde a indústria cresce acima da média nacional, garantir um fornecimento energético estável, de qualidade e a um custo competitivo é fundamental para manter esse ritmo de expansão. Diante desse cenário, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) tem intensificado o diálogo com o governo do Estado e a Copel para mapear as necessidades do setor produtivo e incentivar um planejamento energético de longo prazo.
Com a desestatização da Copel, o governo criou uma Superintendência Geral de Energia, responsável por alinhar políticas públicas ao planejamento industrial, um movimento que a Fiep considera essencial para evitar gargalos no suprimento energético e viabilizar novos investimentos. A crescente industrialização do Paraná demanda uma infraestrutura energética preparada para o futuro. Para se ter uma ideia, em 2024 a produção industrial do estado cresceu 4,2%, segundo dados do IBGE, superando a média nacional de 3,1% e o desempenho dos estados mais industrializados do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Prioridades
Durante oficinas setoriais organizadas pela Fiep no primeiro ciclo dos Fóruns Regionais da Indústria, em 2024, que reuniram mais de 500 empresários e lideranças, ficou evidente que a qualidade e confiabilidade do fornecimento de energia são preocupações centrais. Empresas de diversos segmentos relataram que quedas no fornecimento elétrico impactam diretamente a produtividade, uma vez que a interrupção em linhas de produção automatizadas pode levar horas para normalização, gerando perdas significativas e aumento de custos.
“O Paraná tem 98% da sua matriz energética baseada em fontes renováveis, um índice comparável ao de países como a Noruega”, afirma o presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos. “Esse é um diferencial competitivo que pode atrair investimentos globais, especialmente em cadeias produtivas que buscam a descarbonização. No entanto, sem um planejamento adequado, corremos o risco de perder oportunidades estratégicas para o desenvolvimento da indústria”, acrescenta.
Investimentos estratégicos
Além de desenvolver ainda mais seu setor industrial tradicional, a Fiep destaca que o Paraná tem potencial para se tornar um polo para outros segmentos, como o de data centers, uma área em crescimento no Brasil e que exige energia confiável e de qualidade. Para que esse movimento se concretize, é necessário alinhar investimentos na infraestrutura energética, garantindo que a oferta acompanhe a demanda do setor produtivo nos próximos anos.
Além disso, no agronegócio, um dos motores da economia paranaense, a necessidade de energia de qualidade também é crítica. Atualmente, fábricas próprias correspondem a mais de 50% das atividades das cooperativas do estado. E, segundo o Sistema Ocepar, elas devem dobrar sua produção até 2030. Sem um planejamento energético sólido, a expansão desse setor pode ser comprometida.
“Não podemos perder a oportunidade de colocar o recurso certo no lugar certo”, reforça Vasconcelos. “O crescimento industrial do Paraná é uma realidade, mas precisamos garantir que a infraestrutura energética acompanhe essa evolução. Temos recursos limitados, e é essencial investir de maneira estratégica para garantir a competitividade das nossas empresas”, completa.
Diálogo e ações
A Fiep segue mobilizando o setor produtivo e promovendo diálogos com o poder público e com a Copel para garantir que as necessidades da indústria sejam consideradas no planejamento energético do estado. Um resultado recente dessa mobilização, ocorrido após articulações realizadas pelo Conselho Temático de Energia da Federação, foi a recriação, pela Copel, de um núcleo especializado para atendimento a grandes clientes, que consomem energia em média e alta tensão. Essa equipe tem o objetivo de qualificar o relacionamento com o setor produtivo, promovendo soluções ágeis, previsíveis e customizadas, fundamentais para o ambiente industrial.
Além disso, também em parceria com a Copel, a Fiep está conduzindo a construção do Mapa Energético do Paraná, levantamento para identificar necessidades e oportunidades de investimento na infraestrutura energética do estado. Outra iniciativa já concretizada nessa área foi o lançamento da Cartilha de Financiamento Energético, publicação que traz informações sobre linhas de crédito específicas para financiar soluções de eficiência energética e geração de energia limpa.
Além disso, a Fiep reforça a importância da inserção de novas fontes de geração própria no sistema energético, promovendo maior segurança e estabilidade para as indústrias. “A energia é um dos pilares do desenvolvimento econômico. Olhar para o passado, entendendo a necessidade de equalizar disponibilidade e qualidade, e olhar para o futuro, aproveitando novas oportunidades, são passos fundamentais para garantir o crescimento sustentável do Paraná”, conclui Vasconcelos.
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