
Em um cenário agrícola cada vez mais pressionado por demandas de produtividade e sustentabilidade, a inovação surge como aliada estratégica. Um exemplo concreto desse movimento é o projeto desenvolvido em parceria entre a empresa Antares e o Instituto Senai de Tecnologia em Meio Ambiente e Química, que acaba de completar um ano de resultados positivos. A iniciativa alia tecnologia, valorização de resíduos e soluções para um dos maiores gargalos da agricultura nacional: a dependência de fertilizantes minerais importados.
A proposta nasceu de um desafio comum tanto à indústria quanto ao campo: encontrar alternativas eficientes e sustentáveis para o reaproveitamento de resíduos industriais. Utilizando uma tecnologia exclusiva de tratamento e recuperação de ácido sulfúrico – proveniente, principalmente, da descontaminação de baterias chumbo-ácido –, a Antares desenvolveu o EcoÁcido, um insumo capaz de transformar um resíduo perigoso em matéria-prima útil para a agricultura.
Em conjunto com o IST em Meio Ambiente e Química, o projeto avançou por diversas etapas experimentais, incluindo a caracterização da fosforita, o estudo dos parâmetros de acidificação e ensaios laboratoriais. O resultado foi a criação de dois tipos de fertilizantes minerais: um fosfato parcialmente acidulado, com EcoÁcido a 12% e ácido fosfórico, e outro, um fosfato acidulado sulfúrico, elaborado exclusivamente com o EcoÁcido.

Ótimo desempenho
As análises comprovaram que o uso do ácido reciclado teve desempenho comparável ao ácido sulfúrico convencional, garantindo uma formulação rica em fósforo disponível, cálcio e enxofre – elementos essenciais para o desenvolvimento saudável das plantas. Além de atender às necessidades do solo, o fertilizante contribui diretamente para a economia circular, promovendo a reutilização de resíduos e reduzindo impactos ambientais.
A conclusão do primeiro ano do projeto comprova o potencial transformador de soluções que integram sustentabilidade e inovação industrial. Para Antares e o Instituto Senai de Tecnologia, a iniciativa representa não apenas um avanço tecnológico, mas também um compromisso com práticas mais conscientes e alinhadas aos novos rumos da indústria e da agricultura brasileira.
