Indústria paranaense cresce 5,2% no semestre e mantém liderança no Sul

Estado supera média nacional em todos os indicadores e consolida posição entre os maiores crescimentos do país

No acumulado do semestre, o Paraná está na vice-liderança nacional na produção industrial (Crédito: Gelson Bampi)

A produção industrial do Paraná fechou o primeiro semestre de 2025 com crescimento acumulado de 5,2% em relação ao mesmo período do ano passado, desempenho muito acima da média nacional, que avançou apenas 1,2% no período. Segundo avaliação da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o resultado consolida o estado como um dos líderes de crescimento no país e o mais dinâmico da região Sul.

Em junho, o setor manteve o ritmo positivo, com alta de 1,4% frente a maio, considerando o ajuste sazonal, e crescimento de 2,8% em comparação com o mesmo mês de 2024. No acumulado dos últimos 12 meses, a produção industrial paranaense avançou 6%, também superando de forma expressiva o desempenho nacional, que foi de 2,4%. Com esse resultado, o Paraná ocupa a terceira posição no ranking brasileiro de expansão industrial nesse indicador, atrás apenas do Pará e de Santa Catarina. No acumulado do semestre, está na vice-liderança nacional, atrás apenas do Pará.

O bom desempenho é sustentado por um conjunto de setores estratégicos. Entre os que mais cresceram no semestre, destacam-se a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com expressiva alta de 55,2%, seguida pela fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, com 15,4%, e pela indústria de produtos químicos, com avanço de 12,5%. Outros segmentos, como máquinas e equipamentos e produtos de metal, também tiveram expansão significativa. Por outro lado, quatro das 13 atividades industriais acompanhadas pelo IBGE no estado registraram retração, como fabricação de bebidas (-5,6%) e de produtos de borracha e material plástico (-3,0%).

Para a Fiep, os resultados refletem uma combinação de fatores que vêm favorecendo a indústria paranaense em 2025. A diversificação do parque produtivo, aliando setores tradicionais a cadeias de maior intensidade tecnológica, tem dado mais resiliência à economia estadual. Além disso, o mercado de trabalho segue aquecido, com aumento de 3,5% no emprego formal no semestre e crescimento superior a 5% no rendimento médio real dos trabalhadores, o que estimula o consumo e retroalimenta a demanda por bens industriais.

Mesmo com esse cenário positivo, a Fiep destaca que o ambiente econômico exige cautela. A taxa Selic elevada continua restringindo o crédito e pressionando o consumo interno, enquanto fatores externos, como o aumento de barreiras tarifárias no comércio global e a desaceleração da economia mundial, podem reduzir o ritmo de expansão industrial. Ainda assim, investimentos recentes, incentivos estaduais e a força de setores como o automotivo, impulsionado por exportações e lançamentos de novos modelos, devem contribuir para sustentar parte do crescimento. A valorização de moedas estrangeiras frente ao dólar pode favorecer a competitividade dos produtos paranaenses, ajudando a atenuar impactos negativos no comércio exterior.

A expectativa é de que, no curto prazo, a indústria do Paraná mantenha trajetória positiva, embora em um compasso mais moderado. A combinação de um parque industrial diversificado, políticas de incentivo e dinamismo no mercado de trabalho tende a assegurar que o estado siga acima da média nacional, mesmo diante de um cenário internacional mais desafiador.

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