O Paraná é hoje uma das potências alimentares do planeta. Do campo às linhas de produção, o estado se destaca por sua diversidade produtiva e pela força das indústrias que transformam matérias-primas em alimentos e bebidas consumidos no Brasil e exportados. Segundo dados oficiais da RAIS, Comex Stat e IBGE, levantados pelo Núcleo de Assessoria Econômica da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o setor é responsável por 7,5% do PIB industrial paranaense, emprega 252,7 mil trabalhadores e reúne 5.931 empresas, números que consolidam o estado como referência nacional em qualidade, inovação e competitividade.
Em 2023, o Valor Bruto de Produção (VBP) do setor atingiu R$ 166 bilhões, o equivalente a 12% do total brasileiro, e as exportações somaram US$ 8,94 bilhões, representando 13,4% das vendas nacionais ao exterior. Esses resultados colocam o Paraná entre os líderes do país em geração de riqueza e em presença global no mercado de alimentos, atrás apenas de São Paulo.
“O Paraná alimenta o Brasil e o mundo. Somos referência em proteína animal, mas também temos enorme diversidade produtiva, que inclui panificação, bebidas, alimentos vegetais e funcionais. Essa pluralidade é o que torna o setor resiliente, inovador e estratégico para o futuro da indústria paranaense”, destaca Daniel Kummel, coordenador do Conselho Setorial de Alimentos e Bebidas da Fiep.
Diversidade que move a economia paranaense
A indústria de alimentos e bebidas é uma das mais diversificadas do estado — e também uma das que mais gera oportunidades. O setor de alimentos, isoladamente, responde por R$ 153,1 bilhões do VBP, conta com 5.671 indústrias e emprega 245 mil pessoas, representando 12,7% dos trabalhadores brasileiros do ramo. São cerca de 480 diferentes itens exportados para 184 países, sendo a China o principal parceiro comercial do estado. Já o segmento de bebidas movimenta R$ 13,3 bilhões, reúne 260 empresas e emprega 7,6 mil trabalhadores, com produtos que alcançam mercados de 56 países, entre eles Paraguai, Cuba e Uruguai. O potencial se confirma ainda no VBP de R$ 13 bilhões, que representa participação de 9,7% no país e nos mais de US$12 milhões em vendas externas, 4% das exportações nacionais.
O complexo soja segue como o principal item das exportações do Paraná, mas o estado vem ampliando sua presença internacional com produtos de maior valor agregado. Carnes (aves e suínos), açúcares, café e farináceos consolidam-se como forças emergentes na pauta de exportações da indústria de transformação, refletindo a diversidade e competitividade do setor alimentício paranaense.
Entre os principais destaques produtivos, o Paraná ocupa o 1º lugar nacional na produção de erva-mate (54%), mel (18%), tilápia (36%), feijão (29%) e trigo (32%). É também líder em exportações de amidos e féculas (65%), farinhas de cereais (71%) e carnes de aves (42%), confirmando a força da indústria paranaense na transformação de matérias-primas em produtos de alto valor agregado.
Além disso, a indústria alimentícia paranaense se destaca pela capacidade de geração de emprego: segundo o IPARDES, a cada R$ 1 milhão em aumento de vendas, são criados 46 novos postos de trabalho, tornando o setor uma das cinco atividades industriais que mais empregam no estado.
Do campo à mesa: um setor que representa desenvolvimento e impacto social
A cadeia industrial de alimentos e bebidas também é um importante vetor social, conectando o agronegócio, a indústria e o consumidor final. Somente os segmentos de alimentos de origem animal reúnem 152 mil trabalhadores em 1.103 estabelecimentos, enquanto os alimentos de origem vegetal empregam 93 mil pessoas em 4.568 unidades. A panificação, por sua vez, é responsável por 28,9 mil empregos em 4.572 indústrias, representando 6% dos trabalhadores brasileiros do setor.
“O alimento produzido no Paraná tem qualidade, valor e compromisso. Cada produto que sai das nossas indústrias leva junto o esforço de milhares de trabalhadores e o talento dos nossos empresários. É um setor que gera renda, exporta tecnologia e leva o nome do Paraná ao mundo”, afirma Ângelo Setim Neto, vice coordenador do Conselho Setorial de Alimentos e Bebidas da Fiep e presidente do Sindicarne.
Dia Mundial da Alimentação e planejamento futuro
Neste Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro), o Sistema Fiep reforça o papel essencial do setor de alimentos e bebidas para o desenvolvimento sustentável do Paraná e do Brasil. Para a entidade, o avanço tecnológico, a responsabilidade socioambiental e a integração entre os elos da cadeia produtiva são fundamentais para garantir a segurança alimentar e o crescimento do setor nos próximos anos.
“Nosso desafio é continuar evoluindo, investindo em inovação e sustentabilidade, sem perder o olhar humano sobre a alimentação. O Paraná é referência porque alia tradição, qualidade e consciência produtiva — e esse é o legado que queremos ampliar”, reforça Daniel Kummel.
Fontes: Núcleo de Assessoria Econômica – Fiep (dados IBGE, RAIS, Comex Stat e IPARDES).