
A missão à Europa liderada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) foi concluída, nesta sexta-feira (7), com uma agenda institucional em Bruxelas, na Bélgica, voltada a temas estratégicos para o setor industrial paranaense. No último dia de programação, a comitiva participou de reuniões com foco nas implicações da nova regulamentação europeia sobre desmatamento, a EUDR (European Union Deforestation Regulation).
Um dos encontros foi com o embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, que chefia a missão diplomática brasileira junto à Comunidade Europeia. Na reunião, foram abordados temas como o acordo Mercosul-União Europeia e, principalmente, os impactos da EUDR sobre as exportações brasileiras, especialmente de produtos oriundos de cadeias sustentáveis, como as do Paraná. A nova legislação exigirá comprovações rigorosas de que todos os produtos importados pela União Europeia não tenham origem em áreas de desmatamento.
Embora o Paraná já atue de forma exemplar em práticas sustentáveis e não registre problemas relacionados ao desmatamento, a burocracia exigida pelo novo regulamento poderá elevar significativamente os custos das exportações. A EUDR estabelece três classificações de risco (baixo, padrão e alto), e o Brasil, atualmente, está enquadrado como risco padrão, o que implica exigência de documentação detalhada a cada operação de exportação.
Diante desse cenário, a Fiep, em parceria com entidades como os Sistemas Ocepar e Faep, além de apoio do governo do Estado, tem defendido que o Paraná, por suas características de produção sustentável, possa ser reconhecido como ente subnacional de baixo risco. Isso permitiria a simplificação dos processos de comprovação e a redução dos custos operacionais para as indústrias exportadoras do estado. Em Bruxelas, nesta sexta, o tema também foi discutido com representantes da consultoria Ridens Public Affairs, especializada em políticas públicas e relações institucionais com a União Europeia.
Para o presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos, a articulação internacional é uma etapa essencial para garantir que os avanços sustentáveis da indústria e do agronegócio paranaenses sejam reconhecidos globalmente. “Nosso setor produtivo tem feito sua parte em adotar práticas responsáveis. Agora, é fundamental buscar reconhecimento institucional para garantir competitividade e acesso aos mercados internacionais”, afirmou.

Visitas técnicas a portos
Ao longo da semana, a missão também incluiu visitas a três dos mais relevantes portos da Europa, com o objetivo de conhecer boas práticas em logística, digitalização e planejamento portuário. A primeira parada foi no London Gateway Port, no Reino Unido, seguido do Porto de Rotterdam, na Holanda, e do Porto de Antuérpia-Bruges, na Bélgica. Os terminais visitados se destacam pela eficiência operacional, integração multimodal e investimentos contínuos em ampliação e inovação, fatores que podem inspirar soluções para o sistema portuário brasileiro e paranaense.
“Nessas visitas, ficou evidente que o planejamento do sistema portuário deve ser permanentemente revisitado, buscando sempre antecipar os investimentos e melhorias nos terminais para que a capacidade de transporte de cargas acompanhe o crescimento da demanda”, disse Vasconcelos. “Com essa missão, a Fiep reforça seu papel de articulação institucional e representação da indústria, buscando caminhos para fortalecer a competitividade do Paraná no cenário global, com sustentabilidade, inteligência estratégica e visão de longo prazo”, completou.
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