A Casa da Indústria de Francisco Beltrão recebeu, nesta sexta-feira (7), industriais da região para a apresentação do Plano Estadual de Logística em Transporte do Paraná (PELT-2035), que reúne por modais as obras prioritárias para trazer competitividade e desenvolvimento ao setor produtivo na região.
A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em parceria com outras entidades que compõem o Fórum Permanente de Desenvolvimento Futuro 10 Paraná, elaborou o PELT elencando as obras prioritárias para solucionar os gargalos logísticos de todo o estado.
Para Francisco Beltrão e cidades vizinhas umas das obras apontadas como prioritárias é a construção de um aeroporto regional em Renascença com estrutura que possa receber aviões de maior porte. João Arthur Mohr, especialista em infraestrutura da Fiep explica que é uma obra a longo prazo já que depende de uma série de ações, entre elas a contratação de um projeto executivo e até desapropriações. “Na prática, demoraríamos, em média, 10 anos para termos um aeroporto pronto. Enquanto isso, para que se tenha uma solução a curto prazo, a ideia é reforçar os voos comerciais da região, nos aeroportos de Pato Branco e de Cascavel”.
Além disso, são consideradas essenciais obras para a duplicação da BR 163, melhorias na BR 280 e a discussão de um novo modelo de concessão rodoviária e a implantação de um terminal de transbordo para que haja uma conexão entre rodovia e ferrovia e diminua os custos do transporte de cargas.
O industrial Roberto Flávio Pecoits, do setor de avicultura, defende que imediatamente a sociedade civil se organize e busque soluções imediatas para o modal rodoviário. “Não podemos aceitar mais emendas e tapa-buracos na PR 280 que se liga à BR 163 e é a principal rodovia do sudoeste. Nós continuamos sem solução para ela, precisamos discutir imediatamente a resolução deste problema”, cita.
Mapeamento
O Plano Estadual de Infraestrutura e Transportes (PELT) lista 99 importantes obras e ações para o Paraná até 2035. A iniciativa foi realizada em parceria com outras 19 entidades paranaenses da sociedade civil com o objetivo de mostrar os gargalos dos setores de transporte, logística e infraestrutura no estado e indicar possíveis soluções. O documento contém obras prioritárias nos modais rodoviário, hidroviário, aeroviário e ferroviário.
Das 99 obras citadas no PELT 2035, 60% estão no modal rodoviário; 15% no Porto de Paranaguá; 15% no modal aeroviário; e 10% em ferrovias.
São 61 obras no modal rodoviário, visando melhorar o escoamento das cargas, adequar a capacidade das estradas e aumentar a segurança nas rodovias. As obras contemplam diferentes áreas, como duplicação, criação de terceiras faixas e separação dos tráfegos nos trechos urbanos, entre outras.
A listagem abrange obras em rodovias federais que cortam o Paraná (9 ações), rodovias estaduais (18), trechos urbanos (15) e trechos já concessionados (19). O estudo mostra que existe uma necessidade de não apenas melhorar o fluxo tradicional no estado, entre oeste e leste, mas também favorecer o fluxo norte e sul. Uma das consequências disto seria, por exemplo, uma facilitação para ampliar a atuação paranaense no mercado interno e em regiões compradoras.
Porto
Para o Porto de Paranaguá são listadas 17 obras e ações prioritárias. Entre elas estão o lançamento do edital de arrendamentos e licitações em áreas públicas no Porto de Paranaguá e a ampliação no número de berços de atracação. Dois itens no PELT 2035 já foram realizados: a assinatura da autorização para ampliação do Terminal de Contêineres de Paranaguá, a alteração do poligonal para viabilizar a instalação de novos terminais privados e a conclusão da modernização dos equipamentos que carregam grãos nos porões dos navios.
Ferrovias
No eixo ferroviário, o PELT 2035 chama atenção para oito intervenções. Um dos objetivos é facilitar o escoamento da produção – principalmente agrícola e de cargas conteinerizadas – do interior do estado para o Porto de Paranaguá e o transporte de cargas que chegam ao terminal portuário para outras regiões do estado.
Aeroportos
As obras citadas no PELT 2035 compreendem os aeroportos administrados pela Infraero (Afonso Pena, Londrina e Foz do Iguaçu) e os municipais. No caso dos terminais da Infraero, são prioridades a segunda pista no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, para aumentar o transporte de cargas e receber aviões de passageiros de grande porte; a instalação do equipamento ILS I para aproximação em condições climáticas adversas em Londrina e a ampliação do terminal em Foz. Na aviação regional, a prioridade é a ampliação dos aeroportos de Maringá e Cascavel, assim como a implantação de voos comerciais regulares para a região de Campos Gerais e para o Sudoeste do Paraná.
Outros Modais
O PELT 2035 prevê também intervenções em ampliação da malha de dutovias, especialmente para o transporte de gás natural; investimentos em hidrovias no Rio Paraná; e uma obra de transporte ferroviário de passageiros: o denominado “Trem Pé Vermelho”, que interligará as principais cidades do eixo Maringá-Londrina. O PELT sugere ainda a criação de um banco de projetos para que investidores internacionais tenham diversas obras para analisarem por meio de projetos de engenharia com o necessário detalhamento técnico.
O PELT tem a participação de mais de 500 pessoas que trabalharam diretamente no mapeamento. O lançamento, que já aconteceu em Cascavel e Francisco Beltrão, ocorrerá também em outras cidades paranaenses, como Ponta Grossa, Guarapuava, Pato Branco, Londrina e Maringá.