
Com papel relevante na economia do litoral do Paraná, a cadeia produtiva da banana vem buscando soluções para desafios históricos como desperdício, baixo valor agregado, pragas, doenças e dificuldade de comercialização. Em resposta a esse cenário, uma iniciativa liderada pelo Instituto Senai de Tecnologia em Meio Ambiente e Química (IST-MAQ), com apoio do Observatório do Sistema Fiep e da Fundação Grupo Boticário, vem mobilizando tecnologia e ciência para impulsionar a bananicultura dentro do bioma da Mata Atlântica.
O projeto “Desenvolvimento de soluções tecnológicas e mercadológicas para a Cadeia Produtiva da Banana na região do Bioma Mata Atlântica, Litoral do Paraná” teve início em junho de 2024, após aprovação na chamada pública da FINEP para o Programa Cadeias Produtivas da Bioeconomia (MCTI: Fomento à ICT – 01/2022). A proposta contempla cinco municípios estratégicos da região — Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Morretes e Paranaguá — e une desenvolvimento econômico, impacto social e conservação ambiental.
Agregar valor
Com ações voltadas tanto à produção de alimentos quanto ao desenvolvimento de biofertilizantes, o projeto tem o objetivo de agregar valor à banana — uma das frutas mais consumidas no país — ao mesmo tempo em que melhora a qualidade do solo e a produtividade das lavouras. Um dos focos é o aproveitamento da biomassa da banana verde para a criação de novos produtos e insumos agrícolas.
Além dos ganhos em produtividade, a iniciativa também aposta na transformação digital. O Observatório Sistema Fiep irá desenvolver uma plataforma que conectará produtores a oportunidades comerciais e fornecerá dados estratégicos sobre a cadeia produtiva regional. A solução deve ampliar a visibilidade dos agricultores e potencializar a renda das famílias envolvidas.
Para Mariana Carolina Gipiela Corrêa Dias, pesquisadora bolsista do Instituto Senai de Tecnologia em Meio Ambiente e Química, esse é um exemplo claro de como ciência e inovação podem caminhar lado a lado com as necessidades da população. “Mais do que pesquisa aplicada, estamos criando um modelo que mostra como o conhecimento técnico pode ser adaptado à realidade de comunidades tradicionais, com impacto direto na qualidade de vida e na conservação do meio ambiente”, afirma.