
A transição energética global tem no hidrogênio verde um dos seus pilares mais promissores e o Brasil desponta como um dos principais protagonistas dessa nova realidade. Com abundância de recursos naturais, matriz elétrica majoritariamente renovável, incentivos públicos e mais de 60 projetos em andamento, o país reúne as condições ideais para se consolidar como um dos maiores produtores e exportadores de hidrogênio de baixo carbono no mundo. Mas para transformar esse potencial em resultados concretos, é preciso investir não apenas em infraestrutura, mas também na formação de profissionais qualificados que liderem essa revolução energética.
Potencial técnico e crescimento acelerado
Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que o Brasil tem capacidade para produzir até 1,8 gigatonelada de hidrogênio por ano, sendo aproximadamente 90% desse volume a partir de fontes renováveis, como solar, eólica, hidráulica e biomassa. A produção atual do país representa cerca de 1% do volume global, mas as projeções são ambiciosas: até 2030, o Brasil pode produzir até 1,1 milhão de toneladas de hidrogênio verde por ano, podendo chegar a 32 milhões de toneladas até 2050 — o equivalente a 10% do mercado mundial.
O Nordeste brasileiro é o grande destaque nesse cenário, com condições naturais ideais, como alta incidência solar e forte presença de parques eólicos. O Porto do Pecém (CE), por exemplo, concentra mais de R$ 110 bilhões dos investimentos anunciados no setor e abriga a primeira planta certificada de hidrogênio verde do país, inaugurada em 2023. Projetos de grande escala também estão em andamento na Bahia, Pernambuco, Piauí e Minas Gerais.
Marco regulatório e investimentos estruturantes
A consolidação do hidrogênio verde como vetor estratégico da economia brasileira tem respaldo legal. A recente aprovação da Lei nº 14.948/2024, conhecida como Lei do Hidrogênio Verde, estabeleceu o marco legal para a produção, transporte e comercialização do insumo, além de criar incentivos fiscais para pesquisa, infraestrutura e exportação. O Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), lançado em 2021, também estabelece metas para implantação de plantas-piloto em diversas regiões do país até 2025.
Até agora, já foram anunciados mais de US$ 30 bilhões em projetos relacionados ao hidrogênio renovável, com estimativas que apontam para a geração de milhares de empregos diretos e indiretos. O Complexo de Hidrogênio Verde do Pecém, por exemplo, deve criar 2.500 postos de trabalho diretos em sua fase inicial.
Formação profissional: o elo crítico da cadeia
Mesmo com todos os avanços, o setor ainda enfrenta desafios importantes e um dos mais urgentes é a qualificação de mão de obra especializada. A transição para uma economia do hidrogênio exige profissionais preparados para lidar com novas tecnologias, processos produtivos sustentáveis e regulamentações em constante evolução.
Atento a esse cenário, o UniSenai PR lançou uma pós-graduação em Hidrogênio Renovável, com foco em preparar engenheiros, químicos, tecnólogos e profissionais da indústria para atuar de forma qualificada e estratégica nesse mercado em expansão. O curso, ofertado de forma online e ao vivo, cobre desde os fundamentos da produção por eletrólise e biomassa, até aspectos regulatórios, transporte, armazenamento, aplicações industriais e políticas públicas.
A pós-graduação foi desenvolvida com base nas necessidades reais do setor e, também, com base na levantamento do projeto H2Brasil que revela que o Brasil precisará formar anualmente: 2.863 novos técnicos e trabalhadores qualificados, 2.248 profissionais semiqualificados ou não qualificados e cientistas e engenheiros altamente especializados para atuar em universidades e centros de pesquisa.
Segundo os especialistas consultados, a produção de hidrogênio por eletrólise deve liderar o crescimento nos próximos anos, seguida pela produção a partir de biomassa e pelos derivados como amônia e metanol, que ampliam as possibilidades de uso e exportação do hidrogênio renovável. Considerando isso, profissionais que apostarem agora na capacitação especializada estarão prontos para ocupar posições de destaque em um setor que tende a transformar o panorama industrial nos próximos anos.
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