

A produção industrial do Paraná cresceu 3,8% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2024, de acordo com dados divulgados hoje pelo IBGE. Enquanto a média nacional registrou queda de 0,7%, o estado apresentou o quarto melhor desempenho entre todas as unidades federativas, mantendo a trajetória de expansão no setor.
Segundo o IBGE, o Paraná também obteve crescimento acumulado de 4,2% no ano e de 4,7% nos últimos 12 meses, superando amplamente os resultados nacionais, que foram de 0,9% e 1,6%, respectivamente. No mês, o estado teve uma alta de 4,2% frente a julho, com ajuste sazonal, sendo o terceiro melhor resultado do país nesse comparativo.
Segundo a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), a indústria paranaense demonstra resiliência e competitividade em um cenário desafiador. Os dados de agosto refletem a força das cadeias produtivas e o esforço contínuo por inovação e internacionalização.
Segundo análise do Núcleo de Assessoria Econômica da Fiep, o bom resultado do mês foi impulsionado principalmente pelas vendas externas, que alcançaram o maior volume e valor cambial já registrados para um mês de agosto na série histórica. O setor automotivo foi um dos grandes destaques, com crescimento de 85% em receitas cambiais e de 80% em volume exportado, em comparação com agosto de 2024, configurando o melhor agosto da série histórica.
Também o segmento de papel e celulose teve resultado expressivo, registrando o segundo melhor desempenho em exportações para o mês de agosto. Já máquinas e equipamentos acumulou alta de 5,2% em valor e 18% em volume exportado ao longo do ano.
Por outro lado, as exportações do setor madeireiro para os Estados Unidos sofreram retração, impactadas pelos embargos comerciais, sendo esse o principal destaque negativo nas vendas externas do estado no período.
No recorte setorial, a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos teve crescimento de 133% em agosto, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Também tiveram desempenho positivo a fabricação de celulose, papel e produtos de papel, com aumento de 15%, e a fabricação de produtos químicos, com alta de 8,5%. Já entre os setores com maior retração estão a fabricação de produtos de madeira, com queda de 23%, a fabricação de bebidas, com -20%, e a fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, com recuo de 12%.
Entre os fatores conjunturais que contribuíram para o bom desempenho da indústria paranaense, estão o baixo nível de desemprego no país, que estimula o consumo interno, e o aumento da produção nas fábricas para atender à demanda do fim de ano, período tradicionalmente forte para a economia. No entanto, o cenário ainda apresenta desafios, especialmente no que diz respeito às condições de financiamento. A manutenção da taxa de juros em patamares elevados dificulta o acesso a crédito e impacta diretamente a capacidade de investimento e o ritmo da produção das empresas.
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