
Crédito da foto: Gelson Bampi
A indústria do Paraná registrou um saldo positivo de 1.210 empregos formais em outubro, segundo análise da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) com base nos dados do Novo Caged divulgados nesta quarta-feira. Apesar do resultado positivo, o desempenho representa uma desaceleração significativa, com queda de 70% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
O estoque de trabalhadores na indústria paranaense chegou a 1.001.021 vínculos ativos, com leve alta de 0,12% no mês. No entanto, o saldo de contratações sofreu retração de 38% na comparação com setembro, evidenciando a dificuldade das indústrias em manter o ritmo de admissões na reta final do ano.
A construção civil também apresentou resultado positivo, com 335 novos postos formais em outubro, mas ainda abaixo do desempenho histórico do setor. No acumulado do ano, a indústria total soma 38.143 novas vagas no Paraná, número 37% inferior ao registrado no mesmo período de 2024. Em 12 meses, o saldo é de 21.446 empregos gerados.
Os setores que mais contribuíram para o saldo positivo em outubro foram manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (652), serviços especializados para construção (614) e fabricação de produtos alimentícios (572).
Por outro lado, os setores com maiores perdas foram a fabricação de veículos automotores (-664), construção de edifícios (-580) e produtos de madeira (-335). Este último também lidera as perdas no acumulado do ano, com saldo negativo de 1.689 vagas, impactado por um cenário externo desfavorável.
No acumulado do ano o segmento alimentício lidera a abertura de novas vagas, com mais de 9 mil postos. Ele é seguido pelo setor ser serviços especializados para construção (5.400), construção de edifícios (2.879) e manutenção de máquinas e equipamentos (2.820).
No ranking nacional, o Paraná ocupa a terceira posição na geração de empregos industriais em outubro, atrás de Pernambuco e Alagoas. Ainda assim, teve uma retração significativa de mais de 70% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Apesar disso, registrou perdas menores do que outros estados industrializados como São Paulo (-150%), Rio de Janeiro (-84%), Minas Gerais (241%) e Rio Grande do Sul (-357%), que tiveram quedas mais acentuadas na abertura de novas vagas.
A análise da Fiep aponta que o baixo nível de desemprego registrado no terceiro trimestre – de 3,5%, um dos menores da série histórica segundo o IBGE – tem dificultado a reposição de mão de obra no setor industrial. Além disso, o ritmo mais lento da produção industrial no último trimestre do ano pode contribuir para a redução das contratações nas áreas operacionais das fábricas.