Novos setores vão à Bolsa de Valores

Economista da BM&F Bovespa esteve na Fiep, em Curitiba, para mostrar a empresários os caminhos para a abertura de capital

O Centro Internacional de Inovação (C2i) do Sistema Fiep, promoveu em parceria com a BM&F Bovespa, o Seminário de Abertura de Capital. O evento aconteceu nesta quarta-feira (13), no Cietep, em Curitiba, e contou com cerca de 120 participantes empresários, presidentes e diretores de grandes empresas.

Para falar dos caminhos, vantagens e das responsabilidades para uma empresa captar recursos por meio da Bolsa de Valores, o C2i convidou a economista da BM&F Bovespa, Cristiana Pereira, o coordenador geral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Marcelo Bertoldi, o auditor da Ernst Young Terco, Paulo Sérgio Dortas, além de representantes do Banco do Brasil, e de empresas como Datasul e Bematech que expuseram suas trajetórias até a abertura de capital.

De acordo com a economista da Bovespa, no Brasil as empresas brasileiras ainda estão tímidas quanto ao interesse em captar recursos na bolsa de valores. “Até há pouco tempo, somente as grandes empresas conseguiam abrir capital porque era preciso fazer isso por meio de participações em bolsas de grandes centros, como Nova Iorque, Frankfurt, entre outras. Isso acontecia porque os investidores não tinham garantias e, por isso, ofertavam pouco pelos papéis das empresas. Com o chamado “novo mercado”, a Bovespa criou regras que dão segurança aos investidores e também aos empresários. Isso mudou o mercado”, explica Cristiana.

A economista destacou, também, a entrada de novos setores na bolsa de valores. “Até pouco tempo, alguns setores da economia brasileira sequer cogitavam participar da bolsa. Agora já se transformaram em índice, como é o caso do setor imobiliário. Outros, como saúde, locação de automóveis e tecnologia também têm se destacado no mercado de IPO”, relata Cristiana.

As vantagens do capital aberto

Apesar do tabu de inatingível, a bolsa de valores nada mais é do que uma concessionária de captação de recursos para empresas em franco crescimento ou já consolidadas no mercado. Aos poucos as empresas brasileiras descobrem na abertura de capital, uma forma de atrair crédito para financiar seus projetos de compra de novas empresas, instalação de novas unidades, entre outros investimentos.

As vantagens, segundo a economista da Bovespa, Cristiana Pereira, estão ligadas ao desenvolvimento e a imagem da empresa frente ao mercado. “Uma empresa de capital aberto tem mais facilidade nas negociações com instituições financeiras na hora de aprovar um crédito ou fazer um investimento. Ela também aumenta seu potencial de negociação com fornecedores, e tem mais facilidade nos seus processos de sucessão [no caso de empresas familiares], além de aumentas significativamente a sua liquidez”, destaca.

Atualmente, a Bovespa conta com cerca de 460 empresas com capital aberto. Destas, 156 estão fora do eixo Rio de Janeiro – São Paulo. No Paraná, apenas 16 empresas têm participação na bolsa de valores. A meta da Bovespa é dobrar estes números e, para isso, estão incentivando empresas de menor porte. Porém, este menor porte ainda está longe da realidade da maioria das empresas brasileiras. “Nosso público alvo são empresas com faturamento de, pelo menos, R$ 80 milhões/ano”, explica Cristiana que afirma que umas das estratégias da bolsa de valores para atingir essa meta será a regionalização da Bovespa por meio de parcerias como esta recente com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

Outra novidade para os empresários paranaenses, principalmente para os pequenos, é a possibilidade de participar de programas como o “Bovespa Mais”, que atua na educação de empresas nascentes com potencial, e também na aproximação destes empreendedores com investidores anjos, aqueles que dispõem de recursos próprios para investir em boas ideias e bons projetos. Segundo o gerente do Núcleo de Capital Inovador do C2i, Wikings Machado, esse é um fenômeno que ainda vai acontecer no Brasil. “Investidor anjo nada mais é do que uma pessoa física que tem dinheiro para investir em projetos ou empresas incubadas. Aqui no Paraná nós estamos desenvolvendo uma rede de investidores anjos que, em breve, irá ajudar o setor produtivo do estado a se desenvolver e se tornar ainda mais competitivo”, finaliza.

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