Sustentabilidade

Artesanato ecológico gera renda sem agredir o meio ambiente

Artesanato ecológico gera renda sem agredir o meio ambiente

Com o apoio do IPD, em parceria com o Sistema Fiep e a prefeitura de São José dos Pinhais, a Colônia de Castelhanos encontrou no artesanato ecológico uma fonte de renda

Artesãos da Colônia Castelhanos, localizada na divisa dos municípios de São José dos Pinhais e Guaratuba, já estão produzindo em escala comercial ecoacessórios  para decoração, biojóias e móveis totalmente ecológicos, utilizando fibra de bananeira e de  bambu, sementes e cascas. Desenvolvidos com tecnologia e design inovadores projetados em conjunto pela mestre em Tecnologia, Marina Ribas Lupion e  pelo arquiteto Henry Cunha, muitos desses objetos já ganharam o mercado internacional, especialmente a França. Da linha de produção constam luminárias, trilhos de mesa, jogos americanos, porta guardanapos, bolsas, colares, brincos, cabeceiras de cama, prateleiras, marcadores de livro, entre outros. Os dois profissionais foram contratados pelo Instituto de Promoção do Desenvovlimento (IPD), em parceria com o Sistema Fiep, para prestar consultoria aos artesãos.

Todo esse trabalho é resultado de um projeto maior de Desenvolvimento Sustentável, realizado por iniciativa do Núcleo de Sustentabilidade do IPD, em parceria com a prefeitura municipal de São José dos Pinhais, através das Secretarias de Indústria, Comércio e Turismo e da Agricultura.

A Colônia Castelhanos está situada em uma área da Mata Atlântica, de preservação ambiental permanente. A atividade principal dos moradores é o cultivo da banana, favorecida pelo clima e pelo solo. É desta atividade que o arquiteto Henry Cunha e Marina Ribas Lupion  desenvolveram e projetaram o  trabalho de artesanato agroindustrial, realizado com a fibra do bambu e da bananeira  e que é hoje conduzido pelos próprios artesões, reunidos na Cooperativa de Castelhanos (Coocastel).

O  trabalho de  desenvolvimento dos  ecoacessórios e biojóias, segundo a mestre em tecnologia, Marina Ribas Lupion, priorizou a escolha de materiais de baixo impacto ambiental, de produção sustentável e  que requerem menos na fabricação. Neste caso, foram escolhidos o bambu e a fibra de bananeira por serem ecologicamente corretos e socialmente justos. Levou-se em conta também  a economia de energia e a menor geração de lixo. Assim, foram criados  produtos de maior duração, de fácil degradação,  com bom funcionamento e cujas peças pudessem ser trocadas em caso de defeito, tudo visando gerar menos lixo.
Embora ecologicamente corretos, os produtos foram desenvolvidos dentro de uma concepção contemporânea  e inovadora, projetados pelo arquiteto Henry Cunha que, através da visão de mercado no ramo de interiores, conseguiu vislumbrar objetos que agradam aos consumidores mais exigentes.

Marina conta que durante o processo organizacional de  produção coletiva, foi fundamental a venda de 600 marcadores de livros fornecidos para o evento Metrosul, realizado em Curitiba pela Sociedade Brasileira de Metrologia. Ainda como etapa da aprendizagem e treinamento, os artesãos executaram todo o mobiliário  para uma pousada na Ilha do Mel.

Posteriormente foi constituída a Cooperativa de Trabalho e desenvolvida a comunicação visual e, só então, partiu-se para a construção coletiva de projeto técnico e desenvolvimento de protótipos. Finalizando o trabalho, foi iniciada a inserção no mercado e a comercialização.

Hoje, a comunidade toca o seu próprio negócio e já é conhecida pelo uso de crochê com a fibra de bananeira e bambu, mesclando elementos da natureza como sementes e cascas, e também pelas biojóias. Comercializa cerca de 500 peças exclusivas por mês.  Marina acredita que, quando a nova sede da Cooperativa for construída, conforme projeto já existente na Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, os mercados para comercialização dos produtos também serão ampliados.  Em 2007, o projeto recebeu o Prêmio Revelação e Destaque da Prefeitura de São José dos Pinhais.

A Colônia Castelhanos situa-se aproximadamente a 70 km da sede do município de São José dos Pinhais e faz divisa com Guaratuba. Foi inicialmente colonizada por grupos indígenas, imigrantes ucranianos e poloneses. A maior parte das terras dos Castelhanos (cinco mil alqueires) ficou totalmente abandonada no período de 1890 a 1950, com a retirada dos imigrantes, que partiram em busca de terras mais férteis em outras regiões. Com a 2ª Guerra Mundial, diversas famílias européias (húngaros, alemães, ucranianos, poloneses e outros) se fixaram na localidade, às margens dos rios São João, Arraial e Castelhanos.

Mais informações:
Núcleo de Sustentabilidade do IPD
Fone: (41) 3362-0200

 

 

 

 

 

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