clique para ampliar Centro de Offshore que colocar Curitiba no mapa mundial da tecnologia da informação (Foto: Rogério Theodorovy) |
Desde maio deste ano, 15 empresas ligadas ao Arranjo Produtivo Local (APL) de Software de Curitiba estão participando de programas de capacitação empresarial, estabelecendo parcerias empresariais internacionais e, fundamentalmente, aumentando suas exportações e ampliando mercados. Essas empresas fazem parte do Curitiba Offshore Center, iniciativa que prevê o aumento da participação de indústrias do setor no mercado internacional, viabilizada através do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
O Curitiba Offshore Center é a primeira iniciativa em conjunto entre o APL de Software de Curitiba e a Fiep. Ele foi criado por meio do Programa para Internacionalização de Pequenas e Médias Empresas (PAIIPME), da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e prevê não apenas investimento em exportação, mas também o desenvolvimento tecnológico, acordos de parcerias internacionais, acordos comerciais, joint-ventures, troca de conhecimento, franchising, acordos de sub-contratação, capacitação, qualificação empresarial, adequação tecnológica e prospecção mercadológica e de tendências.
A criação de um centro de offshore na capital paranaense tem, ainda, outro propósito maior: colocar Curitiba no mapa mundial da tecnologia da informação (TI), mostrando a capacidade, a criatividade e a iniciativa das empresas locais para os negócios externos. “Tínhamos uma dificuldade em ‘vender’ Curitiba para o resto do mundo. Essa era uma necessidade comum às empresas do setor. O Curitiba Offshore Center permitiu essa aglutinação e uma forma de capacitar para atuar no mercado internacional”, afirma o diretor de projetos especiais, fomento e inovação da Cinq Technologis, Aldir Oliveira Brandão Júnior.
De acordo com Brandão, o apoio do CIN permitiu o acesso aos recursos para viabilizar o projeto: “Fizemos a estruturação e o lançamento do centro, participamos de um seminário sobre terceirização e outsourcing e agora estamos em meio a um treinamento de internacionalização”, conta o empresário. Está prevista, ainda, a participação das empresas ligadas ao Curitiba Offshore Center à ITXPO, mais importante evento reunindo CIOs (chief information officer) e executivos sênior da área de TI em todo o mundo. “O Curitiba Offshore permite uma velocidade de maturação para exportação bem maior que o usual. Participando desses programas, o pessoal está bem mais preparado para atingir os resultados de forma rápida”, completa.
Quando começou a preparar sua empresa, a Xtrategus, para o mercado internacional, o empresário Hamilton Barretto tinha em mente atuar nos mercados de língua hispânica e portuguesa fornecendo softwares de gestão de qualidade e gestão ambiental. Hoje sua empresa realiza negócios em offshore com Argentina, Chile, Bolívia e Angola, mas está avaliando a entrada no mercado norte-americano.
Membro do Curitiba Offshore Center, Barretto diz que participar dos treinamentos oferecidos pelo programa “queima muitas etapas” na busca pela ampliação dos mercados internacionais: “Coisas que aprenderíamos errando, aprendemos antes. Aprendemos a falar a língua do cliente, a apresentar nossos produtos e a identificar oportunidades de negócios”, conta. “A exportação traz um crescimento interno muito grande. Há um aumento na qualidade do produto, o que traz benefício para o cliente externo e interno”, completa. Na avaliação do empresário, é fundamental para a empresa encarar o mercado externo: “Se você não sair, alguém vai entrar”, diz. “Também esse trabalho institucional, da consolidação da imagem da cidade, facilita a primeira etapa de negociação”.