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O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, alertou nesta terça-feira (29), durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) da Presidência da República, em Brasília, para que o real não sofra uma maior valorização por conta do excesso da entrada de dólares na economia como resultado da exploração do petróleo da camada pré-sal. Rocha Loures foi um dos oradores da reunião extraordinária do pleno do Conselho convocada pelo presidente Lula para debater o pré-sal e o novo padrão de desenvolvimento do País. Participaram do encontro o recém-empossado ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef; o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão; e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.
“O futuro depende das condições em que vamos explorar esses recursos”, afirmou o presidente da Fiep na reunião. “Depende de evitarmos uma trajetória de permanente apreciação da moeda e de internalizarmos os efeitos do investimento que será feito”, completou. O documento encaminhado pelo empresário ao presidente Lula considera o debate centrado em sete pontos: O modelo de exploração do pré-sal; o papel da Petrobras e empresas privadas; a criação da Petrosal; a cadeia produtiva do petróleo e o investimento tecnológico; a repartição dos benefícios; os riscos da valorização cambial; e a sustentabilidade da opção petróleo e gás.
Rocha Loures defendeu novamente que a gestão do Fundo Social do pré-sal seja feita através de uma subsidiária do BNDES, “com a governança que se mostre necessária para assegurar a participação dos ministérios setoriais”, disse. “O BNDES poderia ser uma opção racional, mais técnica e mais independente para a gestão do modelo de partilha. A participação dos Ministérios e da própria Presidência da República poderia se restringir ao Conselho de Administração dessa subsidiária”, escreve o presidente da Fiep no documento encaminhado.
Na avaliação do empresário, para que a exploração dos recursos do pré-sal gerem os ganhos desejados, é imprescindível a centralização de uma agenda de inovação: “Isso exige que criemos ou reforcemos a definição de fundos e de organizações que assegurem esse desenvolvimento tecnológico”, afirmou. Para Rocha Loures, é preciso indicar desde já a criação desses fundos e instituições a fim de se evitar que quaisquer conflitos futuros na repartição dos benefícios não resultem em abandono dessa trajetória.
O presidente da Fiep também assinalou que a exploração do pré-sal deve levar em conta o contexto da redução das emissões de carbono: “A mudança climática é um problema global, como nenhuma outra temática em qualquer fase da história da humanidade. O pré-sal precisa reforçar nossa agenda de sustentabilidade. Vamos dedicar um esforço imenso para poder explorar as novas reservas e vamos mobilizar nossa maior empresa, a Petrobras. É preciso assegurar que isso não nos desvie de nossa agenda de energias renováveis. Porque temos o pré-sal devemos ser ainda mais ambiciosos em nossa agenda energética. Essa é a indústria do futuro”, destacou Rocha Loures em pronunciamento no CDES.