Merval Pereira participa de debate em Curitiba sobre Nova Ação Política

Evento, promovido pela Rede de Participação Política, vai resultar numa agenda para as eleições de 2010

clique para ampliar O jornalista Merval Pereira participa de talk show em evento em Curitiba (Foto: Divulgação)

O jornalista Merval Pereira, colunista do jornal O Globo e comentarista da Globo News e da CBN, estará em Curitiba na próxima segunda-feira (30). Ele participa de um talk show com o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, e com o professor e analista político, Augusto de Franco, às 19h30, no Cietep, na abertura do I Congresso da Rede de Participação Política.

O evento, que terá como tema “Uma nova política é possível”, a partir do desenvolvimento local, reunirá pessoas de todas as regiões do Estado, que vão conhecer modelos inspiradores, trocar experiências de processos de desenvolvimento e traçar estratégias para ação política em suas cidades.

A intenção é estimular os participantes a refletirem sobre “como vou fazer a diferença em minha localidade” e ainda promover um diálogo que resulte em uma agenda de ação política para 2010.

O Congresso prossegue na terça-feira (1º) com a realização de workshops sobre os seguintes temas: Articulação e animação de rede; Protagonismo político; Gestão pública; Educação política; Eleições 2010; Comunicação e Influência política. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.redeempresarial.org.br.

 

Desenvolvimento das cidades – Na experiência da Rede, as novas formas de interação política inovadoras são aquelas que experimentam aprofundar as relações entre democracia e desenvolvimento em localidades. “A nova política possível é aquela que se dá a partir de processos induzidos de desenvolvimento local em cidades, bairros e outras localidades, buscando extrair sinergias da atuação convergente de governos, iniciativa privada e cidadãos”, comenta o professor e analista político Augusto de Franco. Ele acrescenta que esta nova política deve ser centrada no fortalecimento da sociedade civil, no empreendedorismo dos cidadãos e no protagonismo das populações locais articuladas por meio de redes de desenvolvimento comunitário.

Para o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, é tempo “de agir”. Ele ressalta ser fato que o empresário faz toda a diferença quando o assunto é economia, mas, no entanto, “o que muitos não sabem é que o setor empresarial também pode fazer a diferença na política”. Por isso, defende que sejam feitas as duas coisas. “O engajamento político do empresariado é fundamental para o fortalecimento da sociedade civil organizada”, afirma o presidente da Fiep. Ele esclarece que o setor empresarial está sendo chamado a participar do congresso para, também, ajudar a construir a agenda política de 2010.

Se falar de desenvolvimento local significa falar de uma nova política, a Rede de Participação Política está atuando nesta linha ao implantar, em diversos municípios do Paraná, o Projeto Político de Desenvolvimento das Cidades.

A mudança no modelo de organização social, que influencia diretamente no estabelecimento de uma inovadora relação de poder, à medida que articula o envolvimento de diversos segmentos da sociedade – cidadãos, empresários e poder público – está acontecendo a partir da implantação desta metodologia de desenvolvimento local.

A ideia deste projeto é que a comunidade local trabalhe com uma nova visão de governança compartilhada, onde os próprios moradores é que dão os primeiros passos em busca de um lugar melhor para viver. Unidos, eles discutem os problemas e as possíveis soluções para corrigir as deficiências da localidade e vão atrás de parcerias com os setores público e privado para concretizarem as ações planejadas numa agenda positiva.

Os moradores das localidades escolhidas são orientados por meio de uma metodologia de indução do desenvolvimento local baseada no investimento em capital social. “Pela primeira vez está sendo estabelecida uma relação explícita entre democracia e desenvolvimento”, explica Franco.

O poder do cidadão – Ao todo são 38 localidades no estado, abrangendo mais de 200 mil habitantes, que promovem um novo espaço de interação em busca de um lugar melhor para viver. O projeto já foi implantado ou se encontra em fase de implantação nos municípios de Curitiba, Ponta Grossa, Maringá, Londrina, Guarapuava, Reserva do Iguaçu, Pinhão, Paranavaí, Campo Mourão, Cascavel, Toledo e Marechal Cândido Rondon.

Algumas ações planejadas durante os encontros do projeto já estão sendo executadas em diversas localidades em todo o Paraná. Em Ponta Grossa, as Vilas Santana e Barreto montaram uma fanfarra que já se apresentou no carnaval de rua da cidade. Para o presidente da Câmara de Vereadores de Ponta Grossa, Sebastião Mainardes, este tipo de projeto só vem a ajudar o poder público na hora de decidir o que é prioridade para o bairro. “Normalmente os moradores vêm com os problemas, mas não com alguma solução. Eles trazendo o que pode ser feito, fica mais fácil de ajudar e acertar”, exemplifica.

Na Vila Recreio, em Londrina, os moradores, com a ajuda do poder público e da Universidade Estadual de Londrina conseguiram montar um projeto e vão reformar a praça do bairro. “O importante é não deixar morrer essa vontade de ver o bairro crescer. A gente ainda pode fazer muita coisa, podemos realizar tudo que queremos”, lembra Andreliane Maistrovicz, moradora da Vila Recreio – primeiro bairro a implantar a metodologia, em Londrina. Atualmente, outros sete bairros já desenvolvem o projeto na cidade e outros nove estão na fila de espera.

Em Maringá, o bairro Ney Braga também já colocou em prática várias ações agendadas. A segurança do local melhorou e alunos de escolas públicas assistiram palestras sobre cidadania. “Tudo isso dependeu da atitude deles (dos moradores), e isso dá gás para que eles interajam e busquem melhorias para o bairro”, explica Paulo Meneguetti, coordenador regional da Fiep em Maringá e participante da Rede e dos encontros no Ney Braga, primeiro bairro que participou do projeto na cidade.

“O desenvolvimento local, promovido por novos atores sociais articulados em rede, é a pedra de toque para favorecer a emersão de uma nova política democrática, não apenas representativa, reativa e reivindicativa, mas também participativa, interativa e pro ativa”, conclui Augusto de Franco.

A Rede em números

 5 mil cadastrados conectados, de 25 diferentes estados brasileiros;
 145 newsletters (semanais) enviadas personalizadamente para cada participante.
 Mais de 8 mil comentários em 170 debates semanais sobre temas políticos candentes da conjuntura nacional.
 210 mil ‘cartilhas’ “Guia do Voto Responsável” (distribuídas nas eleições de 2006).
 270 mil ‘cartilhas’ “Guia do Voto Responsável” (distribuídas nas eleições de 2008).
 Uma Agenda Estratégica para o Brasil, elaborada de modo compartilhado pelos participantes conectados.
 10 núcleos regionais organizados: Curitiba (região metropolitana), Londrina, Maringá, Cascavel, Pato Branco, Paranavaí, Campo Mourão, Guarapuava, Ponta Grossa e Jacarezinho (Norte Pioneiro).
 Um curso permanente, totalmente on-line, de formação política, intitulado “Democracia, Redes Sociais e Sustentabilidade”.
 Um site “Vigilantes da Democracia” – com um Sistema de Monitoramento e Avaliação dos eleitos (em 2006) inédito -www.vigilantesdademocracia.org.br
 680 membros participando ativamente da plataforma de interação NING, com 29 Fóruns de Discussão, 7 grupos temáticos e 227 postagens de blog.

Criada em abril de 2006 pelo Sistema Fiep, a Rede de Participação Política atua apartidariamente para estimular a prática de ações que interfiram no modo de se fazer política no país. Seguindo o princípio das redes sociais, atualmente são diversas pessoas conectadas, tanto por meio de internet quanto através de atividades baseadas na presença física dos participantes. Somente no site www.redeempresarial.org.br, existem quase 6 mil cadastrados, de 25 diferentes estados brasileiros, enquanto mais de 200 mil pessoas são de alguma forma impactadas por ações implementadas mediante o Projeto Político de Desenvolvimento das Cidades do Paraná, criado e fomentado por esta rede.

 

 

Sistema Fiep - Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná
Av. Cândido de Abreu, 200 - Centro Cívico - 80530-902 - Curitiba-PR