clique para ampliar O evento, promovido pelo jornal O Estado de São Paulo, reuniu empresários, dirigentes de entidades do setor produtivo representantes do governo. (Foto: Ricardo Sabbag) |
Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), defendeu nesta terça-feira (25), durante o Fórum Estadão Região Sul, em São Paulo, a modernização do Estado brasileiro como eixo fundamental para o desenvolvimento da Região Sul e do Brasil. O evento, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, debateu a presença da região Sul no desenvolvimento do Brasil.
“O grande eixo que temos que atender é a questão da modernização do Estado brasileiro”, disse Rocha Loures. “O maior gargalo de desenvolvimento é o mau funcionamento da área pública brasileira. Os diagnósticos são conhecidos, mas as coisas não acontecem porque o Estado é lerdo, ineficiente”, afirmou, no debate, que teve a participação de Marcelo Perrupato, secretário de Política Nacional de Transportes; de Carlos Hees, presidente da América Latina Logística, e de Belmiro Valverde Castor, economista e professor da FAE.
Também participaram Wagner Salaverry, gestor do Banco Geração Futuro; José Roberto Ricken, superintendente da Ocepar – Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná; Fernando Adauto Loureiro de Souza, vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, e José Paulo Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil.
Rocha Loures ressaltou que, além da modernização do Estado, são outros três os eixos de desenvolvimento para a região Sul: inovação, infraestrutura e inserção internacional. “No Paraná existe uma mobilização muito grande do empresariado e da sociedade civil. Temos encontros, fóruns, discussões, e chegamos à conclusão dos quatro eixos fundamentais para o pleno aproveitamento de nosso potencial e do nosso país”, explicou.
A modernização do Estado é o primeiro eixo. O segundo imperativo para o desenvolvimento é a inovação. “A indústria é antiga, de certa forma atrasada, por falta de investimento”, disse ele. “Não investimos porque o ambiente é adverso ao investimento, por força de mau funcionamento da área pública e também dos altos custos financeiros e política cambial”, afirmou. “Dentro da modernização do Estado, para haver inovação é preciso investimento, e para isso, ambiente macroeconômico propício para investimentos.”
Arapuca do curto prazo – A terceira vertente para o desenvolvimento citada por Rocha Loures é a da infraestrutura. Segundo ele, o País possui cobertura no que se refere ao transporte rodoviário e ferroviário, mas a mobilidade implica em condição que vai além dessas modalidades.
“É fundamental dispormos de um plano de longo prazo para escapar da arapuca do curto prazo que o Brasil tem vivido, com falta de gerenciamento técnico”, disse ele. Em sua avaliação, a questão central é redesenhar a governança, gestões e tudo o que tem a ver com infraestrutura.
“Sem infraestrutura não vamos aproveitar na plenitude o potencial de recursos humanos natural da multiplicidade que contamos no Brasil e que estão subutilizados por falta de institucionalidade apropriada”, afirmou.
O quarto fator preocupante para o desenvolvimento do País, segundo Rocha Loures, é o da inserção internacional. O Brasil, segundo ele, não tem projeto e coordenação apropriada para permitir interação competente com o mundo e, por conta disso, empreendedores, comerciantes, agricultores, estudantes e todas as forças vivas do País ficam impossibilitados de aproveitar em plenitude esse boom e progresso da economia do conhecimento.
Para essas políticas, afirmou o presidente da Fiep, é fundamental que a sociedade participe e, sobre economia, é imperativo que os empresários participem de políticas que dizem respeito ao crescimento e à reindustrialização do País. “Estamos em processo de desindustrialização e esse é o motivo, de fato, pelo qual o Sul perde posição para outras regiões do Brasil”, argumentou.
“Essa questão é crucial. O País está em desindustrialização e continuará se não houver reversão na política macroeconômica, se o Estado, ao invés de ancorar a política fiscal na estabilidade da moeda, passar a reduzir gastos, eliminar a má funcionalidade. Tem que se modernizar rápido, não há tempo a perder”, concluiu.