Brasil precisa consolidar seu modelo de desenvolvimento, diz Padilha

Para ministro das Relações Institucionais, País deve adotar agenda com foco em educação, inovação e modernização da gestão pública

clique para ampliar clique para ampliarPadilha, ao lado do presidente da Fiep, apresentou a Agenda para o Novo Ciclo de Desenvolvimento (Foto: Mauro Frasson)

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta quinta-feira (15), em Curitiba, que o Brasil encontrou um novo modelo de desenvolvimento, que precisa agora ser consolidado com políticas para a educação, inovação e modernização do Estado. Estes são, na opinião do ministro, os pontos mais importantes da “Agenda para o Novo Ciclo de Desenvolvimento”, documento criado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e apresentado por Padilha em uma reunião na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

Padilha destacou o papel que o Conselho teve na formulação de respostas à crise econômica que começou em 2008 e sua iniciativa em oferecer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma agenda para dar sustentação à retomada. “Decidimos que seria importante o Brasil discutir uma agenda pós-crise, que ajudasse a sustentar esse novo ciclo que o País vive hoje”, disse o ministro, que é secretário executivo do órgão. “O Conselho já mostrou a importância de seu papel ao influenciar políticas, como no debate sobre a necessidade de os bancos públicos continuarem emprestando durante a crise”, ressaltou.

Para o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, o Conselho amadureceu ao longo dos anos e compreendeu sua função de pensar projetos de longo prazo, como a Agenda – que foi apresentada para o presidente Lula em junho e começou, por Curitiba, a ser levada aos Estados. “O Conselho passou a ser um espaço onde se discutem questões para o País e o governo funcionarem melhor. Ali veio à tona uma visão de longo prazo, uma visão de futuro”, comentou Rocha Loures, que defendeu a adoção de conselhos em outros níveis de governo. “A regionalização dessa iniciativa é um imperativo. Seria desejável que fosse replicado nos estados e nos municípios. No Paraná, podemos exigir dos candidatos a governador que se comprometam a adotar esse conselho”, afirmou Rocha Loures, que é conselheiro do CDES desde sua fundação, em 2003.

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A Agenda apresentada por Padilha traz nove áreas principais de atuação, como educação, infraestrutura e governança. Ela dá continuidade à Agenda Nacional de Desenvolvimento, lançada em 2005, que colocou no centro de sua articulação a necessidade de haver uma redução concreta da desigualdade no País. Na opinião do ministro, esse foco ajudou na inclusão de milhões de pessoas à classe média, o que teria sido um dos trunfos do país para enfrentar a crise. “É consenso entre a população brasileira que queremos manter taxas de crescimento de 4%, 5% ao ano, mas reduzindo a pobreza, porque isso cria um grande mercado interno, um mercado de massa, que foi fundamental para sustentar nossa economia quando chegou a crise internacional”, disse.

Para Padilha, a educação deve ser a maior prioridade entre as nove áreas destacadas pela Agenda. “Para mim, três eixos são fundamentais. O número um é a educação, e a sociedade brasileira tem a chance de construir em torno do investimento em educação um consenso parecido com o que surgiu em torno do combate à inflação. Outros eixos fundamentais são a inovação tecnológica e a adaptação do Estado brasileiro a este novo momento, com instituições que, ao invés de atrapalhar, estimulem os investimentos públicos e privados”, disse.

A necessidade de haver continuidade na redução da desigualdade foi reforçada pelo vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) José Lopez Feijóo, que também é conselheiro do CDES. “Na nova Agenda, uma das conquistas foi apontar a necessidade de continuidade na política de eliminação da desigualdade social. Sem inclusão não há desenvolvimento”, comentou Feijóo.

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