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Cinquenta empresas paranaenses assinaram nesta segunda-feira (23) os contratos de adesão ao Programa de Apoio à Pesquisa na Pequena Empresa (Pappe-Subvenção). Elas receberão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, um total de R$ 11,4 milhões a fundo perdido para que desenvolvam seus projetos inovadores, selecionados entre mais de 300 propostas apresentadas no Paraná. No Estado, a gestão do programa é feita por um consórcio formado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR) e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP).
A assinatura dos contratos aconteceu na sede do Sebrae, em Curitiba. Os empresários contemplados também receberam orientações sobre a aplicação dos recursos e a prestação de contas que devem fazer sobre todos os gastos referentes aos projetos. “A partir de agora, precisamos do comprometimento de todos os participantes. O consórcio e os empresários contemplados são gestores de recursos públicos e é preciso responsabilidade e clareza na prestação de contas”, afirma a coordenadora de fomento da Fiep, Andrezza Oikawa Rocha.
Entre as empresas selecionadas, estão representantes de todas as regiões do Estado. “Tivemos projetos inclusive de regiões em que não imaginávamos encontrar empresas inovadoras”, diz a coordenadora. Ela explica ainda que os 50 projetos inovadores que receberão os recursos do Pappe-Subvenção obtiveram as melhores avaliações entre um total de 332 propostas apresentadas no Paraná. Segundo Andrezza, mais de cem projetos atendiam às exigências da Finep e estariam em condições de ser contemplados caso houvesse mais recursos disponíveis. “Isso mostra que ainda temos uma demanda reprimida muito grande no Paraná e podemos pleitear mais recursos para as empresas do Estado”, diz.
Para o consultor do Sebrae, Aloísio Cerqueira, a obtenção de novos recursos para pesquisa e desenvolvimento nas empresas paranaenses dependerá do sucesso dos projetos selecionados no Pappe-Subvenção. “Novos recursos serão conseguidos em grande parte pela concretização desses projetos aprovados”, afirma. Cerqueira destaca ainda o peso que os recursos subvencionados terão no orçamento da maioria das empresas contempladas. Das 50 aprovadas, 43 faturam menos de R$ 2,4 milhões por ano e, em muitos casos, têm dificuldades para investir em inovação sem recursos subvencionados. “Temos inclusive muitas empresas encubadas, com faturamento baixíssimo ou até mesmo praticamente sem faturamento”, ressalta.
Projetos
Para os empresários contemplados no Pappe-Subvenção, os recursos são considerados fundamentais para viabilizar o desenvolvimento de novos projetos. “Sem a subvenção, seria muito mais difícil e levaria muito mais tempo”, afirma Edgar Wilkens, diretor da Isotron, empresa de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, que fabrica máquinas de solda e trabalha com automação industrial. “Desenvolver um novo produto exige pesquisa e desenvolvimento e a contratação de bastante pessoal exclusivamente para isso”, acrescenta.
Com os R$ 300 mil que vai receber do Pappe-Subvenção, valor máximo disponibilizado por empresa, a Isotron, que atualmente tem 30 funcionários, vai desenvolver um Analisador Portátil de Variáveis de Solda (APVS). O aparelho, pouco maior que um telefone celular, vai possibilitar a monitoração de processos de solda. “Atualmente, os aparelhos desse tipo são importados e mensuram no máximo duas variáveis. Nosso equipamento vai possibilitar a leitura de até dez variáveis, gerando gráficos que servirão para a análise de melhorias no processo de solda”, explica Wilkens. Outra novidade, segundo ele, é que os sensores do APVS suportarão uma corrente de até 100 mil ampères, enquanto os similares importados suportam entre 30 e 50 mil ampères.
A subvenção também foi comemorada pela Veltec Soluções Tecnológicas, de Londrina. O sócio-diretor Dalton Conselvan explica que a empresa já investe em torno de 10% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento. “Mas essa quantia é tirada do capital de giro, o que acaba pesando bastante para a empresa. Com a subvenção, aliviamos o giro e temos mais recursos para P&D”, afirma. Com os recursos do Pappe-Subvenção, a Veltec vai desenvolver um sistema de filmagem e telemetria de veículos, voltado principalmente para ônibus e caminhões. “Esperamos que o produto se torne um sucesso e aumente o faturamento da nossa empresa entre 10% e 15%, dependendo das condições do mercado quando ele for lançado”, diz.
Incrementar as vendas também é o que espera João Vicente Moraes, sócio-diretor da Inventa, de Curitiba. Com os recursos do Pappe-Subvenção, a empresa vai desenvolver um Conversor Multifuncional para Energia Limpa (CMEL). “O equipamento se propõe a gerenciar todo e qualquer tipo de energia renovável utilizado por um estabelecimento ou até mesmo uma residência”, explica.
Ele cita como exemplo uma unidade de saúde instalada em uma comunidade ribeirinha, que obtenha energia por meio de geradores eólicos e paineis de captação de energia solar, entre outras. “Nosso aparelho vai identificar se uma dessas modalidades está gerando menos energia e, automaticamente, vai direcionar a energia das outras fontes para os equipamentos que precisem de maior demanda, como por exemplo uma geladeira que não pode ser desligada de maneira alguma”, explica.