Gestores precisam se preparar para a sustentabilidade

Presidente da Fiep apresenta projeto Curitiba 2030 a estudantes e mostra como o desenvolvimento depende de uma administração consciente

clique para ampliar clique para ampliarRocha Loures fala aos alunos do Grupo Uninter: gestores colocarão em prática visão sustentável da cidade (Foto: Mauro Frasson)

O Brasil precisará de gestores capacitados e com uma visão criativa se quiser adotar a inovação como ferramenta principal para atingir o desenvolvimento sustentável. Esse é o diagnóstico feito pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, a um grupo de estudantes da área de administração do Grupo Educacional Uninter na noite de segunda-feira (13). Segundo ele, diversas atividades e instituições precisam ser reinventadas para trazerem mais benefícios sociais, ambientais e econômicos, e para isso será necessário um novo estilo de gestão, mais aberto à inovação.

Rocha Loures apresentou aos estudantes o projeto Curitiba 2030, uma iniciativa da Fiep que é baseada em um plano de desenvolvimento de longo prazo para a cidade e que pretende elevar a qualidade de vida na capital nos próximos anos. “O projeto tem por finalidade mobilizar o povo da cidade para atividades que podem trazer benefícios a todos os moradores, ajudando-os a aproveitar na plenitude suas potencialidades”, explicou o presidente da Fiep. Focando na inovação em todas as áreas, o Curitiba 2030 tem como meta transformar a capital em uma cidade de vanguarda nas áreas de relações sociais, respeito ao meio ambiente, administração pública, educação e saúde.

A iniciativa Curitiba 2030 começou a ser elaborada pela Fiep em 2009 e é a continuação de estudos que a instituição vinha fazendo com o objetivo de identificar as áreas com maior potencial para o desenvolvimento da indústria. Uma das conclusões das pesquisas foi a de que não bastava o setor industrial investir em inovação e soluções sustentáveis se não estivesse imerso em um ambiente que priorizasse esses mesmos valores. “A inovação tem de ocorrer em todos os campos da atividade humana, de maneira que passe a ser uma habilidade distribuída em todos os cantos da cidade e seja vista como o único caminho para o desenvolvimento. E essa é uma visão que os gestores terão de colocar em prática”, comentou Rocha Loures.

O presidente da Fiep explicou que o Curitiba 2030 tem quatro eixos estruturantes: educação, sustentabilidade, tecnologia e cidadania plena. Essas são as áreas fundamentais que precisam ser trabalhadas para se garantir um avanço substancial da qualidade de vida na capital e região nos próximos anos. “Precisamos capacitar os moradores para que eles sejam os atores dessa transformação cultural, que é entrar no grupo das cidades sustentáveis. Isso se faz com mais conhecimento, educação, aplicação de tecnologia e uma gestão pública eficiente”, disse. Segundo ele, o planejamento para essa evolução precisa ser feito de baixo para cima, levando em conta as necessidades dos cidadãos.

O plano de desenvolvimento para Curitiba foi elaborado com a colaboração de mais de 200 especialistas e traz sete áreas prioritárias de atuação, com mais de 60 ações que precisam sair do papel nos próximos anos. Agora, o projeto está em uma fase de mobilização, com reuniões de grupos para debater o que pode ser feito para acelerar a obtenção de resultados em cada ação proposta. Recentemente, houve uma discussão sobre o destino de resíduos na capital, e outras reuniões deste tipo serão realizadas nos próximos meses.

Outras cidades além de Curitiba já estudam a implantação de um plano com foco no longo prazo. Já foi montado um grupo para organizar o Londrina 2030, enquanto Cascavel, São José dos Pinhais e Paranavaí demonstraram interesse em conhecer melhor a ideia. A metodologia, aplicada pelos Observatórios Sesi/Senai do Sistema Fiep, foi criada com o apoio da Fundação Opti, da Espanha.

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