
O Sistema Fiep promoveu nesta quinta-feira (25) o lançamento do livro “Prazer em Aprender: o novo jeito da escola”, da professora Márcia Rigon, idealizadora da metodologia “Oficinas de Aprendizagem”, aplicada no Colégio Sesi Ensino Médio.
Publicado pela editora Kayros, de Curitiba, o livro trata da metodologia, desde a sua concepção, a primeira experiência de aplicação, na cidade de Montenegro (RS), até sua adoção para o ensino dos alunos do Colégio Sesi, a partir do encontro da autora com o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.
“Não é um livro pedagógico, mas uma narrativa que atende ao meu anseio de partilhar a experiência, de disseminar a idéia e de reconhecer e agradecer as pessoas que abraçaram o sonho de implantar uma escola com essa metodologia”, disse Márcia Rigon. O encontro foi no Cietep, com a presença do diretor-superintendente do Sesi Paraná, José Antonio Fares, professoras e pedagogas do Colégio.
Rodrigo Rocha Loures relembrou o encontro com a autora, ocorrido antes do início de sua gestão na Fiep. “De imediato percebi que se tratava de uma idéia de muito valor e que precisava de um grande projeto para ser concretizada. Assim que tomei posse no Sistema Fiep, chamei a Márcia, reunimos a equipe da área da Educação do Sesi que, por sua vez, colocou o Colégio Sesi para funcionar em 90 dias”, contou ele. “Uma parceria feliz”, afirmou.
Natural de Montenegro (RS), formada em Letras, especialista em lingüística e filologia, com especialização, também, nos idiomas francês e inglês, Márcia lecionou durante mais de 30 anos em escolas de ensino médio, públicas e particulares. A vivência inspirou-a pensar uma educação diferente, prazerosa. A metodologia “Oficinas de Aprendizagem” começou a ser desenvolvida em 1992 e foi aplicada pela primeira vez na escola criada por Márcia Rigon, em Montenegro. A escola durou poucos anos, por motivos econômicos.
“No Colégio Sesi realizei o sonho de dar continuidade ao trabalho. A metodologia tem sido extremamente positiva. Os alunos gostam da escola, gostam das pesquisas, dos trabalhos. Eles aprendem a aprender”, disse ela.
Inovador e envolvente – A metodologia “Oficinas de Aprendizagem” propicia um ensino inovador e envolvente para os jovens, o que faz do Colégio Sesi uma escola diferenciada. Os jovens trabalham exclusivamente em equipe, que é formada por alunos de diferentes séries (interseriação). A cada trimestre é lançado um tema desafio e o aprendizado se dá no processo em que os alunos têm de responder a esse desafio, reunindo conhecimento adquirido de todas as disciplinas.
A metodologia está, desde 1996, patenteada na Biblioteca Nacional, na categoria propriedade intelectual, e recentemente obteve o registro também no INPI.
O método, segundo sua idealizadora, prepara cidadãos e profissionais pró-ativos, mais conscientes de suas responsabilidades e mais empreendedores no sentido da inovação, da criatividade e iniciativa própria. O trabalho em equipe estimula a integração e o respeito na escola, valores preciosos hoje em dia, em que grabnde parte das escolas enfrentam situações de ‘bullyng’.
O projeto do Colégio Sesi atendeu à estratégia da gestão de Rocha Loures de priorizar a educação como caminho para o desenvolvimento sustentável. As primeiras unidades, de São José dos Pinhais e da Cidade Industrial de Curitiba, surgiram em 2004. Hoje a rede é formada por 42 unidades e abriga seis mil alunos de todas as regiões do Estado.
No lançamento do livro, o presidente da Fiep confirmou o anúncio, feito no dia anterior, durante o Seminário sobre Dependência Química promovido pela Sociedade Bíblica do Brasil, a instalação de uma unidade do Colégio Sesi em todos os municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e com problemas relacionados ao consumo de drogas.
“O Colégio Sesi passará a ser fator relevante para promover a transformação na localidade, com os atuando como agentes na viabilização de projetos sociais relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e em ações de combate às drogas”, disse o presidente.
Neste ano, os alunos do Colégio passaram a ser voluntários no Movimento Nós Podemos Paraná, atuando como agentes de disseminação do tema Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) junto a estudantes de escolas públicas do Estado. “Eles têm sido os voluntários mais empenhados e comprometidos com a causa. Com o projeto de implantação do colégio em cidades de baixo IDH, os jovens vão poder empreender de verdade, ver o trabalho deles frutificado em melhoria para a comunidade”, explicou Rocha Loures.
O presidente disse estar convicto que com a presença do Colégio Sesi nessas localidades, em dez anos os estudantes terão promovido verdadeira transformação nas escolas, nas fábricas, nas instituições e nas comunidades. “A grande importância do livro de Márcia Rigon está no fato de registrar o início desse processo. Creio que o livro e sua autora já entraram para a história.”