O Conselho Setorial da Indústria Orgânica realizou nesta quarta-feira (8), em Curitiba, a segunda reunião para articulação de estratégias que possibilitem o desenvolvimento do segmento no Estado. Criado este ano pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o fórum tem como objetivo unir os vários atores envolvidos na produção de orgânicos, setor que a cada ano vem conquistando espaço na preferência dos consumidores no Brasil e no exterior.
O coordenador do Conselho Setorial, Marco Giotto, explica que atualmente existem várias ações isoladas de empresas ou organizações que atuam com a produção orgânica. “Mas ainda não existe no Brasil um setor industrial de orgânicos propriamente dito. Precisamos unir a pauta do segmento e aglutinar todos esses esforços que estão sendo feitos de forma isolada para que tenhamos resultados mais efetivos”, diz.
Segundo Giotto, uma mudança de percepção por parte dos consumidores, que cada vez mais buscam alimentos saudáveis e produtos ambientalmente corretos, cria grandes possibilidades de negócios para quem investe no setor. “É um mercado que vem crescendo muito no Brasil e principalmente no exterior, mas ainda não temos projetos industriais para ocupar esse espaço”, afirma.
O crescimento do mercado internacional de orgânicos é comprovado por um levantamento que servirá de base para o planejamento estratégico do projeto Organics Brasil, cujos resultados preliminares foram apresentados na reunião desta quarta. Uma das poucas iniciativas para organizar o setor, o programa foi criado dentro da Fiep e, posteriormente, foi incorporado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Segundo o consultor Marcos Kahtalian, o mercado de orgânicos cresce em média 11,9% ao ano. “Mesmo durante a crise, o setor continuou evoluindo, o que mostra a consistência desse crescimento”, afirma. Atualmente, a estimativa é que as transações internacionais de produtos orgânicos somem R$ 70,7 bilhões ao ano, sendo que o Brasil responde oficialmente por apenas 0,05% do total.
Para aumentar a participação nacional nesse mercado, o setor aposta na exposição que será gerada com a Copa do Mundo de 2014. “O Brasil vai ter uma visibilidade internacional muito grande nos próximos anos e é preciso aproveitar essa oportunidade para divulgar nossos produtos”, afirma o coordenador executivo do Organics Brasil, Ming Liu, que também participou da reunião. Segundo Liu, o projeto já participa de um grupo de trabalho formado pelo governo federal para consolidar a proposta de uma Copa Orgânica. “Não é só um projeto para atender à demanda durante os 30 dias da competição, mas para induzir a ampliação da cadeia produtiva de orgânicos, aproveitando a visibilidade que o evento trará”, justifica.