Cidades contam experiências inovadoras e sustentáveis

O tema foi abordado no painel “Desenvolvimento Sustentável” com representantes de Wageningen, Medelín, Berlim, Auckland e Montevidéu

O processo de desenvolvimento da sustentabilidade e o aumento da qualidade de vida dos habitantes começam a sair do papel em várias cidades pelo mundo. As experiências de Wageningen (Holanda), Berlim (Alemanha); Auckland (Nova Zelândia); Montevidéu (Uruguai) e Medellín (Colômbia) foram apresentadas no painel “Desenvolvimento Sustentável”, realizado nesta sexta (20), último dia da CICI2011.

Jorge Jaramillo, de Medellín, abriu a mesa discursando como a globalização acelerou o processo de mudanças rápidas nas cidades, tendo como consequência o aumento da segregação e o crescimento da pobreza e violência. Para combater esse cenário, o desenvolvimento sustentável vem como forma de aumentar as oportunidades para as cidades. “As cidades mais inovadoras são quando os cidadãos fazem parte do cenário e se esforçam para aumentar a competitividade econômica da região”, afirmou.

Alexander Hooefstloot, vice-prefeito de Wageningen, uma das cidades mais influentes dos Países Baixos, conhecida internacionalmente pela qualidade do ensino superior, têm 37 mil habitantes sendo 7 mil estudantes de mais de 160 nacionalidades diferentes. Alexander falou sobre como a diversidade cultural aumenta a qualidade no ensino.

Segundo ele, a colaboração para um mundo sustentável começou com uma medida do conselho da cidade que adotou a neutralidade como meta até 2030. “Inauguramos o primeiro carro elétrico, como posto de recarga e foi muito bem aceito. Essa é uma ambição de todos os habitantes”, contou.

Outras medidas sustentáveis são a renovação da frota de carros da prefeitura, com uso de gás verde, produzido a partir de resíduos de animais (suínos e aves), separação e reciclagem de lixo, projeto residencial e industrial com energia solar, implementação de ciclovias, entre outros. “Temos mais de 8 mil ciclistas na cidade em horário de rush, o que por um lado é muito bom, pois polui menos, mas precisamos implementar ciclovias para que os motoristas parem de reclamar desse excesso de ciclistas”, explica.

De acordo com Hilmar Lojewski, planejador urbano de Berlim, a cidade é compacta, um pré-requisito para ser sustentável, já que as distâncias são curtas, o que favorece a interação entre as pessoas e o desenvolvimento econômico. “Berlim é a oitava cidade mais verde entre as 30 cidades europeias mais influentes, tem um alto índice de cidade verde, com grandes recursos hídricos utilizáveis, diminuindo a emissão de gases poluentes, mas ainda não somos bons em combustíveis renováveis”, explicou.

Já estão em andamento em Berlim projetos de arquitetura sustentável, eficiência de energia, redução de carbono, fábricas de biomassa, que já produz energia térmica para 50 mil habitantes. “Sem dinheiro público esses projetos não saem do papel e sem a mobilização da comunidade não estaríamos tendo resultados tão promissores”, enfatiza Lojewski.

Mobilidade urbana – Wayne Walker, cônsul de Auckland, afirmou que a cidade tem como um dos principais desafios o transporte coletivo, já que a maioria da população utiliza o transporte particular. Um novo projeto do governo já caminha para essa mudança e tem Curitiba como exemplo. “A cidade é muito jovem, mas temos que reformular o governo e aumentar a conexão entre os cidadãos para alcançar o que queremos”.

Harvey Brookes, vereador de Auckland, completou dizendo que o principal plano para tornar a cidade mais sustentável é melhorar o design formal de áreas como planejamento urbano, tecnologia e biociência, investir na educação de crianças e jovens e aumentar o investimento no turismo, produzindo produtos e serviços com maior valor inovador e sustentável.

Gerardo Urse, diretor de trânsito e transporte de Montevidéu, apresentou o Plano de Mobilidade Montevidéu 2020. O departamento foi criado em 2010 para resolver o problema de transporte da cidade, em todos os níveis, inclusive portuário.

“O plano vai contribuir com a ordenação urbana, aumentar as condições de segurança, diminuir o consumo de energia e articular o sistema de transportes, possibilitando uma maior acessibilidade urbana e uma conseqüente inclusão social, com a utilização de metrô de superfície com vias exclusivas de ônibus e novos terminais, diminuindo o tempo de espera”.

O plano já está em andamento e também vai implantar novas ciclovias, calçadas e sinalização de trânsito. “Paralelo a esse projeto, estamos desenvolvendo o Plano Ceibal, para crianças de 6 a 12 anos, para inclusão digital e maior acesso à educação e cultura e assim, educar desde já, para esse futuro próximo”, finalizou.

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