Painel sobre as empresas e as redes lota maior auditório do Cietep.

Augusto de Franco e mais sete palestrantes falaram sobre como a sociedade em rede muda o mundo dos negócios.

As formas como as empresas podem e devem aproveitar as mídias sociais, bem como a fenomenologia da interação foram temas do painel “As empresas e as redes”, realizado na quinta-feira (19), na CICI 2011. O público lotou o auditório Horácio Coimbra, o maior do Cietep, para ouvir o Netweaver da Escola de Redes, Augusto de Franco, e mais oito palestrantes. Eles deram nomes aos elementos que podem gerar um novo padrão de organização da atividade empresarial e como deve ser a transição de uma estrutura empresarial hierárquica para uma estrutura em rede.
As mídias sociais não são as redes sociais. As redes são sociais, são pessoas, não são as ferramentas. São ambientes de interação. “O mundo dos negócios na sociedade em rede está mudando”, disse Augusto Franco. “Negócios serão para qualquer um, serão inovação e serão em rede. O mundo dos negócios está assumindo aceleradamente a morfologia e a dinâmica de uma rede cada vez mais distribuída e sem volta”, garantiu ele.
Fernando Domingues, consultor de empresas, falou sobre os aspectos da sustentabilidade dos negócios em rede e sobre a inovação. Domingues defende que uma empresa com estrutura hierárquica não é sustentável e não sobreviverá por muito tempo.
“A estrutura de centralização engessa a empresa, impede o crescimento e muitas quebram. A maioria das empresas vive 40 anos e morre, pois não enxerga as mudanças. As ideais do passado ficam cristalizadas e as mesmas que deram certo, fazem, no futuro, dar errado”, disse ele.
Segundo ele, para ser sustentável é preciso ter outro nível de interação, com o coletivo, desenvolvendo competências e criando um “super cérebro”, que nada mais é do que fazer com que a percepção de cada um se cruze, converse, prolifere, elevando a capacidade das empresas. Todos os cérebros conectados em rede, uma rede distribuída.
A grande questão: como uma empresa hierarquizada pode incentivar a inovação? Empresas inovadoras têm um ambiente propício para isso, onde as pessoas podem crescer e se realizar, conversar e criar. Somente com a interação isso é possível – a inovação coletiva.
Para Nilton Lessa, fundador da Moleque de Idéias e especialista em projetos de engenharia de software e aprendizagem,  as empresas têm uma visão equivocada das mídias sociais, apenas como ferramentas de marketing. Trata-se de uma questão de reconfiguração da empresa para trabalhar mais em rede, funcionar de uma forma mais distribuída. “Não se deve proibir o uso das mídias sociais, consome muito recurso e é inútil. Afinal, novas idéias e produtos surgem da interação”, ressalta Lessa.
Marina Miranda, especialista em produção social e diretora geral da Mutopo Brasil, e Diego Reebeg, cofundador da primeira plataforma de crowdfunding do país, falaram sobre o Crowdsourcing e Crowdfunding, respectivamente. Estes conceitos representam o poder da coletividade. Tendências mundiais podem ser resumidas como uma ação coletiva de cooperação para que uma ideia ou um projeto se realize. “As pessoas na rede têm o desafio de criar uma logo para uma empresa, a melhor será premiada e paga. Esse é um exemplo no mundo do crowdsourcing. Essas pessoas são uma força de trabalho invisível”, diz Marina. Reebeg explica que por meio do Crowdfunding é possível tirar idéias do papel e mudar a realidade.
Ao encerrar o debate sobre novos negócios, pessoas em rede e a transição das empresas para uma estrutura em rede, Augusto de Franco assegurou que a sociedade está cada vez mais em rede e não é mais uma questão de escolha das empresas. “Num mundo assim em que eu tenho um ambiente corporativo organizado com base no comando e controle, se eu não fizer as mudanças certas e não tiver a capacidade de me adaptar, corro o risco de morrer. Você deve inovar permanentemente”, finalizou.

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