
Empresários e sindicatos das indústrias de móveis do Paraná reuniram-se quinta-feira (02) na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) para discutir as demandas e os gargalos que impedem o desenvolvimento do setor. Participaram os representantes do Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Paraná (Simov), do Simovem, de Rio Negro, e do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima).
A reunião fez parte da programação dos Fóruns Setoriais, em que representantes das diversas cadeias produtivas do Estado trazem as questões que mais lhes preocupam e discutem, junto com a Fiep, o que a federação, o poder público e os sindicatos podem fazer para melhorar as condições de produção e alavancar o crescimento do setor.
A realização dos Fóruns Setoriais antecede a realização do Congresso Paranaense da Indústria, quando os assuntos serão tratados de maneira mais pontual.
Este trabalho é a continuidade das ações iniciadas nos Fóruns Setoriais de 2009, quando foram levantadas demandas dos vários segmentos da economia paranaense. Agora, dois anos depois, é o momento de avaliar quais as ações que surtiram efeito na eliminação de gargalos e quais as novas demandas que se tornaram centrais neste meio tempo.
Este ano, os representantes da indústria moveleira do Paraná destacaram como principais limitações para o seu desenvolvimento a nova legislação ambiental, que inclui a questão da gestão de resíduos e a logística reversa; a política cambial vigente e a falta de mão de obra.
“Não adianta tentarmos enfrentar estas demandas isoladamente. Unidos descobrimos que muitas destas necessidades são comuns.”, observa o presidente do Simov, Luiz Tedeschi.
Para o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, “existe a competitividade que depende dos empresários e a competitividade que depende do governo, como logística, carga tributária e crédito. O governo pode ajudar, ou dificultar este processo.”, observa.
Diversas ações – Para enfrentar alguns destes gargalos, o Sistema Fiep, que compreende Sesi, Senai, IEL, C2i e Unindus, vem realizando diversas ações. No que se refere à disponibilidade de mão de obra, o Senai prevê a abertura de 1.800 vagas para cursos técnicos na área de móveis este ano.
Estas iniciativas abrangem projetos de capacitação em 14 indústrias de móveis no Estado, a realização de cursos de aperfeiçoamento profissional em diversas áreas e o Programa de Gestão Avançada (PGA), que visa capacitar os dirigentes das empresas.
Para atrair os jovens para este mercado, a federação levou para São José dos Pinhais e para Arapongas, dois importantes pólos moveleiros do Paraná, um curso de aprendizagem industrial na área de móveis com duração de um ano e meio.
No que se refere às ações ligadas à sustentabilidade e à nova realidade trazida pela Lei de Resíduos Sólidos, aprovada no Congresso Nacional no ano passado, a Fiep irá inaugurar, no próximo dia 27 de junho, a Câmara Técnica de Resíduos Industriais, onde serão criados três grupo de trabalho permanentes voltados ao estudo de três temas centrais para a sustentabilidade: Centrais de Resíduos, Logística Reversa e Simbiose Industrial, que ocorre quando o resíduo de uma empresa pode ser utilizado como fonte geradora de energia em outra empresa.
Para complementar esta ação a federação pretende construir brevemente uma Central de Resíduos, que realizará o tratamento dos resíduos de difícil destinação de várias cadeias produtivas.
Quando o assunto é política cambial, os empresários do setor têm grandes reclamações. O alto preço do Real frente a outras moedas de circulação internacional dificulta a entrada dos produtos brasileiros no mercado externo. Para o secretário do Simovem, Juliano Langowski, além de o produto brasileiro ficar caro lá fora, a retração econômica nos Estados Unidos e na Europa dificultam ainda mais a venda de móveis nacionais no mercado externo.