BNDES apresenta na Fiep linha de financiamento para cadeia de petróleo e gás

Programa do banco privilegia micro e pequenas empresas e pretende atender exigência de aumento do conteúdo nacional nos investimentos do pré-sal

Representantes do BNDES apresentaram nesta quinta-feira (15), na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o programa do banco que vai disponibilizar R$ 4 bilhões para o financiamento de empresas que já fornecem ou pretendem se inserir na cadeia de petróleo e gás. O programa, que foi lançado oficialmente em 1º de setembro, tem o objetivo de contribuir com o aumento da participação de conteúdo nacional nos investimentos voltados à exploração do pré-sal, uma exigência prevista no plano de negócios da Petrobras.

O programa BNDES P&G foi detalhado durante a reunião da Câmara de Petróleo e Gás, articulada pela Fiep. O gerente do Departamento da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás do banco, André Pompeo do Amaral Mendes, destacou que, apesar de estar aberto a indústrias de todos os portes, o programa privilegia especialmente micro e pequenas empresas. “O banco flexibilizou várias regras para micro e pequenas empresas, que para o BNDES são as que faturam até R$ 90 milhões ao ano”, disse Mendes.

Segundo o gerente, enquanto as companhias maiores possuem margens de risco maiores e já estão se preparando para aumentar sua capacidade produtiva para aproveitar os investimentos do pré-sal, as empresas menores ainda se mostram um pouco reticentes para se lançar no setor. “Os micro e pequenos empresários são mais conservadores. Eles ainda querem ver a Petrobras demandando de fato um conteúdo local para tomar alguma iniciativa”, afirmou.

Âncoras

Também para incentivar a inserção de indústrias menores na cadeia de petróleo e gás, o BNDES inseriu no programa o conceito de empresas-âncora. “Se uma empresa maior se comprometer a repassar parte do recurso do financiamento para fornecedores menores, ela consegue um custo menor e uma participação do banco maior”, explicou Mendes. “A ideia é capilarizar esse recurso, porque às vezes a pequena empresa não consegue ter acesso. E se a empresa grande repassa o recurso, tem um risco menor”, acrescentou.

Além disso, outra forma de as empresas conseguirem taxas de juros menores é apresentando projetos voltados para inovação. O BNDES financia capacitação da empresa para montar laboratórios, capacitar técnicos e também para desenvolver projetos-piloto e protótipos de novos produtos. “As linhas voltadas para inovação têm as melhores taxas do banco”, justificou o gerente.

O programa BNDES P&G traz mais duas novidades em relação às demais linhas de crédito do banco. Uma delas é o financiamento de capital de giro. “Pelo programa, o BNDES financia capital de giro se a empresa tiver contrato ligado ao setor de P&G, usando o próprio contrato como principal garantia”, disse Mendes.

A outra é a abertura de crédito para fusões e aquisições. “Geralmente, o banco não financia compra de empresas, apenas entra com participação acionária, como sócio”, afirmou o gerente. “Mas no caso específico da cadeia de petróleo e gás, quando houver uma empresa brasileira querendo comprar empresas lá fora com tecnologias que o Brasil não domina, o banco pode vir a financiar”, completou. Além disso, o programa também prevê crédito para financiar a fusão entre pequenas empresas que queiram aumentar sua escala de produção para fornecer ao setor.

Mendes explicou ainda que os R$ 4 bilhões destinados ao programa BNDES P&G têm vigência prevista até 31 de dezembro de 2015. Mas tanto o valor quanto o prazo de validade podem ser ampliados se a demanda for grande.

Sistema Fiep - Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná
Av. Cândido de Abreu, 200 - Centro Cívico - 80530-902 - Curitiba-PR