O bom humor e a experiência pessoal foram trunfos para o jornalista Marcelo Tas na palestra “Gestão da Inovação na Era Digital”, que ele ministrou na Top Innovation 2011 , na tarde desta quinta-feira (22/09). O evento é uma promoção da Fiep em parceira com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e encerra hoje, com a palestra do pipoqueiro Valdir. Usando como base suas próprias histórias profissionais e pessoais na lida com as pessoas, ele tratou de assuntos pertinentes e bastante atuais para empresários, insistindo na importância de estar atento às novidades, sem preconceitos, e, principalmente, ao que pensa e diz esse novo consumidor, que recebe um volume de informação que está mudando profundamente as relações entre fornecedor x consumidor.
“Como ouvir esse cara que era passivo e hoje está louco para ser o melhor amigo ou pior inimigo de sua empresa?”, pontuou. Para Tas, a escolha que fará este consumidor depende de como uma empresa se comporta quando confrontada por este consumidor que está muito mais exigente.
O apresentador do CQC começou lembrando o primeiro dia de aula, para provar que essa história de redes sociais não é novidade. “Não começou com twitter e facebook. Hoje é diferente, mas sempre nos relacionamos. E acho que essa rede que nos forma, a escola, tem que ser entendida para que cheguemos nos cliente das empresas, nos ouvintes, no expectador, no leitor e para que consigamos entender as mudanças”, argumentou. Ele comparou, através de fotos suas o aluno de antes – em uma sala de aula com um professor – e o de agora – sozinho com um computador e inúmeros equipamentos eletrônicos que possibilitam conexões. “A gente copiava do quadro o que o nosso único provedor de informação, o professor, nos dizia. Passivamente. Era o copiar e colar. E essa molecada de agora, quantos provedores tem? Um garoto de dez anos sabe muito bem o que pode ter e não vai se deixar enganar por uma versão anterior”, observou. “E este consumidor pode estar lá no interior do Espírito Santo, em Curitiba ou em Berlim e será bem informado. É duro pegar esse consumidor”, completou.
E assim ele foi fazendo links entre passado e futuro, demonstrando os passos em direção ao momento atual e estabelecendo paralelos entre equipamentos hoje obsoletos, com o que existe de mais moderno. “Nos anos 80, a palavra vídeo era a mais sexy que existia – era como falar twitter. Mas, a gente fazia e não tinha como publicar. Essa foi outra grande mudança que houve, hoje todo mundo publica tudo com a maior facilidade. Eu estava ali fora, vendo vocês reclamando de atraso da palestra no twitter”, disse, provocando risos, para explicar que “no seu tempo” de estudante, o canal para divulgar eram festivais. “Ganhamos alguns prêmios e uma emissora de televisão – o nosso you tube – nos chamou”, lembrou, citando o personagem que o tornou famoso, o repórter Ernesto Varela. “É importante perceber isso. Hoje, é nas redes sociais que as empresas olham na hora de escolher funcionários, mais até do que no currículo. Para o bem e para o mal, muitas pessoas criativas são contratadas pelo que fazem nas redes sociais”, considera.
Tas contou também como passou a usar o que lia nas redes sociais sobre os programas que faz. Ele tem um blog acessado por 300 mil pessoas por dia; perto de 500 mil amigos no Facebook e 2,5 milhões de seguidores no twitter. “Eu não conseguia dormir depois de fazer o programa ao vivo e passei a ler o que as pessoas diziam durante o programa. Isso nunca aconteceu antes na comunicação e está acontecendo também com o consumidor de vocês”, alertou. “E ali, você pode saber o endereço do seu consumidor, conhecer os amigos dele e saber porque ele não gosta do seu produto. Um ambiente para procurar informações valiosas”, contou, afirmando que até o slogan do programa mudou por conta de um comentário que leu. “Moral da história: você só não ouve o seu cliente, se não quiser. E ele te aponta para onde ir. Dependendo de como você o tratar, pode ser que ele não te largue mais”, finalizou.
Empresa nas nuvens
Os gerentes de vendas da Google Enterprise, João Itaqui e Fernando Teixeira, trouxeram um novo conceito que promete revolucionar os modelos tradicionais de TI na empresas. As novas tendências e um ambiente online de negócios reformulado foram apresentados durante o workshop “Google e a computação nas nuvens”, na Top Innovation 2011.
O modelo exibido pela Google é o chamado cloud computing, ou computação nas nuvens, que é um conjunto de tecnologias de gestão empresarial que não precisa ser instalado, onde tudo está disponível numa “nuvem” e as informações da empresa, como e-mails e documentos, podem ser acessadas em qualquer lugar. “É um modelo 100% web sem que a TI precise criar nada e sem custo algum”, explica Fernando Teixeira. “O cliente paga o que usar, tem acesso por qualquer dispositivo, o sistema não precisa ser atualizado e o usuário acessa no seu idioma”, completa Teixeira.
Web 3.0
Hoje o carro-chefe da Google Enterprise é o Google Apps, pacote de aplicativos oferecido a organizações para gerenciar o ambiente corporativo. Um dos exemplos de empresas que já usam o modelo da web 3.0 é a fabricante de carros Jaguar que já economizou mais de 2,8 milhões de dólares migrando do padrão tradicional de armazenamento de dados e e-mail para a computação nas nuvens. Em 2012, 20% das empresas no mundo devem adotar o novo formato; os investimentos na web 3.0 devem triplicar e chegar a 42 milhões de dólares.