Publicado nos principais jornais do Paraná, em 24 de maio de 2015
Em 25 de maio é comemorado o Dia Nacional da Indústria. Uma ocasião em que, geralmente, celebramos os belos exemplos de empreendedorismo e destacamos a contribuição de nosso setor para o desenvolvimento do país. Em 2015, porém, chegamos a essa data com o espírito de nossos industriais bastante abalado.
A explicação para isso é evidente e está estampada no noticiário quase que diariamente. Em um momento de baixa atividade econômica e de crise de credibilidade como o que atravessamos atualmente no país, a indústria vê suas dificuldades aumentarem e sua competitividade diminuir.
Competitividade, aliás, que já vinha sendo fortemente comprometida nos últimos anos. Para comprovar essa tese, basta analisar a participação do setor industrial no PIB brasileiro. Em 1985, o segmento chegou a responder por 27,2% de todas as riquezas produzidas no país. Quase 30 anos depois, estima-se que essa participação tenha caído para apenas 10,9% em 2014, levando-se em conta a nova metodologia para o cálculo do Produto Interno Bruto. E, mesmo sem essa nova fórmula, o número não chegaria a 13%.
Apesar disso, o dia 25 de maio não deve ser de lamentos. Pelo contrário, deve servir de estímulo para que todos os industriais e empreendedores busquem ânimo para seguir em frente. E, principalmente, tomem consciência de que precisamos de uma grande união para que nosso setor volte a crescer e o país encontre, de uma vez por todas, os rumos de seu desenvolvimento econômico e social.
Como vivemos em uma sociedade democrática, o caminho para que isso aconteça é um só: a cobrança permanente sobre nossos representantes, tanto no poder Executivo quanto no Legislativo, federal ou estadual, para que sejam realizadas as reformas e mudanças necessárias para colocar o Brasil nos trilhos. É por meio da mobilização de toda a sociedade, principalmente pela ação das entidades representativas, que teremos força para fazer com que governantes e parlamentares deixem de agir de acordo com interesses pessoais ou partidários e passem a olhar para o que realmente interessa ao país.
Precisamos de uma visão de planejamento de longo prazo, de uma política industrial concreta, que retome a competitividade de nosso setor diante de nossos concorrentes, que estão em todas as partes do mundo. Mais do que isso, precisamos de um projeto de país, em que sejam levados em conta os anseios da sociedade, criando um ambiente que possibilite o desenvolvimento de todos os segmentos.
Para ser um empreendedor no Brasil, diante de tantas dificuldades, é preciso ser um idealista. E como bons idealistas, não podemos desistir de nosso sonho por um país melhor. Com união e persistência, certamente encontraremos soluções para superar os obstáculos e seguir contribuindo para o crescimento do país.
Edson Campagnolo
Presidente do Sistema Fiep