União pelo desenvolvimento
O Brasil atravessa um dos momentos mais complexos de sua história recente. Essa situação gera um sentimento de insatisfação na sociedade, levando milhares de pessoas às ruas para manifestar seus posicionamentos. Um movimento que não pode ser ignorado por quem detém o poder de decisão no país. Todo esse cenário tem como pano de fundo […]
O Brasil atravessa um dos momentos mais complexos de sua história recente. Essa situação gera um sentimento de insatisfação na sociedade, levando milhares de pessoas às ruas para manifestar seus posicionamentos. Um movimento que não pode ser ignorado por quem detém o poder de decisão no país.
Todo esse cenário tem como pano de fundo um quadro econômico desanimador, que tira a confiança de empresários e investidores e faz com que a população sinta as dificuldades típicas de um período de crise. Vários indicadores comprovam o tamanho do desafio para a retomada do crescimento. O principal deles, o Produto Interno Bruto (PIB), fechou 2015 com queda de 3,8%. Alguns setores caíram ainda mais. É o caso da indústria. No ano passado, o PIB industrial despencou 9,7%.
Esse encolhimento da economia tem reflexos diretos na vida de milhões de famílias, especialmente pelo aumento do desemprego. Em 2015, cerca de 1,5 milhão de postos de trabalho foram fechados no Brasil. No Paraná foram 75 mil, sendo 63 mil no setor industrial. O resultado imediato de tanta demissão é a queda na renda da população, o que reduz o consumo e, como uma bola de neve, prejudica ainda mais o desempenho das empresas, criando uma situação insustentável para o setor produtivo.
Não bastasse o panorama econômico desolador, o Brasil enfrenta uma das mais graves crises políticas de sua história. Isso dificulta a busca por um consenso para a adoção de medidas a fim de que o país supere a recessão. A soma das duas crises – econômica e política – causa uma enorme desconfiança na iniciativa privada, que ao não vislumbrar perspectivas de melhora, adia seus investimentos.
Diante desse quadro, manifestações públicas, desde que ordeiras e pacíficas, são legítimas em um ambiente democrático. O Sistema Fiep considera que a população deve demonstrar sua insatisfação. Não se trata de defender a saída ou permanência de quem está no poder – algo que deve ser definido seguindo os preceitos constitucionais. Mas é necessário deixar claro que a sociedade precisa de uma grande coalisão. Uma união de esforços focada na recomposição do país, para que se encontrem soluções concretas e urgentes que resgatem a dinâmica econômica e consolidem a democracia brasileira, superando esta crise e reencontrando o caminho do desenvolvimento.
É fundamental que a classe política brasileira esteja atenta a todos os sinais enviados pelas ruas. E que sempre esteja aberta e estimule a participação efetiva da população nas discussões sobre os rumos do país.