Por Edson Campagnolo
A grave crise vivida pelo Brasil atualmente se acentua com uma velocidade espantosa. A todo o momento surgem novos episódios estarrecedores que colocam ainda mais combustível no já conturbado cenário político nacional. Uma situação que praticamente paralisa o país e impede que sejam encontradas soluções efetivas para a recessão econômica que vem causando fortes impactos no setor produtivo e em toda a sociedade brasileira.
Diante de um quadro tão desfavorável e que coloca em risco o futuro do Brasil, não é permitido se omitir. Por isso, a Fiep, como legítima representante do setor industrial paranaense, tem analisado e discutido intensamente o panorama político e, na última semana, manifestou-se publicamente favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A decisão, tomada após amplo debate em reunião extraordinária da diretoria da entidade, deve-se ao fato de que o país não suporta mais a paralisia em que se encontra. Não podemos conviver com um governo que perdeu a credibilidade, sem mínimas condições de articular qualquer medida que possa trazer algum alento para nossa economia – o que só faz agravar a desconfiança dos investidores, a recessão e o desemprego. Mais grave, no entanto, é a falta de valores morais e a total dessincronia deste governo com os anseios da população. Depois de mais de 6 milhões de brasileiros terem ido às ruas no último dia 13 de março, a resposta foi a nomeação do ex-presidente Lula como ministro, ganhando assim foro privilegiado. Uma clara tentativa de obstrução ao trabalho da Justiça, como ficou demonstrado após a divulgação de interceptações telefônicas obtidas dentro do processo em que Lula é investigado.
Por isso, a partir de agora a Fiep chama à responsabilidade os parlamentares que decidirão sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma que tramita no Congresso Nacional. Mais do que isso, estamos nos mobilizando junto com outras centenas de entidades e associações empresariais e de classe do Paraná e de outras regiões do Brasil para cobrar um desfecho rápido para esse processo. Evidentemente, todos os preceitos legais e constitucionais devem ser respeitados, mas o país não pode mais prolongar uma crise que ameaça seu futuro.
Neste momento decisivo para o Brasil, é fundamental que a sociedade se posicione, cobre responsabilidade de nossa classe política e aponte caminhos para que o país reencontre o rumo de seu desenvolvimento. A Fiep e o setor industrial paranaense estão preparados para dar sua contribuição.
Edson Campagnolo
Presidente da Fiep