Aprendendo a aprender
A Finlândia está entre os 10 melhores países no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA). Na maioria das escolas da capital, Helsínquia, as aulas são temáticas e interdisciplinares, o que faz com que os estudantes assimilem com facilidade, de forma global e interessante, o conteúdo. Em 1992, em Montenegro, Região Metropolitana de Porto Alegre, […]
A Finlândia está entre os 10 melhores países no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA). Na maioria das escolas da capital, Helsínquia, as aulas são temáticas e interdisciplinares, o que faz com que os estudantes assimilem com facilidade, de forma global e interessante, o conteúdo. Em 1992, em Montenegro, Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Márcia Rigon (28 de dezembro de 1950 – 13 de junho de 2013), especialista em linguística e filologia, começou a desenvolver um método similar.
Depois de lecionar por mais de 30 anos em escolas de Ensino Médio, públicas e particulares, pensou em uma educação diferente, que fosse prazerosa, e chegou às Oficinas de Aprendizagem. Em 2005, a metodologia foi implementada no Colégio Sesi, primeiramente nas sedes de São José dos Pinhais e do CIC. Hoje, todas as 55 unidades seguem a metodologia da educadora.
Educação inovadora
Na década de 1990, pensar e conceber uma escola sem matérias regulares, que desse mais autonomia ao aluno e se preocupasse principalmente em formar um cidadão preparado para a vida poderia parecer uma ideia ousada demais. Mas foi o que a educadora Márcia Rigon fez. Estudantes mais proativos e conscientes de suas responsabilidades, que sabem trabalhar em equipe e pesquisar são algumas das vantagens da metodologia. O fato de as turmas serem interseriadas a partir do Ensino Médio é outra característica importante, que estimula a integração e o respeito entre os alunos.
Tudo isso acontece porque a cada bimestre, os professores, que atuam como mediadores do conhecimento, apresentam um tema que será trabalhado nas Oficinas de Aprendizagem de forma interdisciplinar e os alunos têm a liberdade de escolher quais irão cursar. A criadora do modelo costumava dizer que nesse tipo de ensino o aluno “aprende a aprender”. A partir do momento em que tem poder de escolha sobre o seu aprendizado, se envolve de forma mais profunda com a escola.
Além disso, o Colégio Sesi também realiza projetos e programas como o “Trilhas”, de orientação vocacional, tem convênio para ensino profissionalizante com o Senai, e leciona aulas de robótica em sua matriz curricular, em uma parceria com a Lego Zoom. Todos os anos, os alunos são preparados para criar projetos e participar do torneio de Robótica First Lego League (FLL), criado para despertar o interesse dos estudantes em temas como ciência e tecnologia.
Márcia Rigon deixou um legado imensurável. Mais do que a metodologia que conceitua o Colégio Sesi e o diferencia dos demais, ensinou que questionar e repensar métodos e processos, por mais estabelecidos que sejam, tendo as pessoas como foco, é sempre uma boa saída.