
As relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos devem se fortalecer com o governo de Donald Trump e novos mercados devem se abrir, especialmente para o agronegócio e para empreendimentos inovadores. A afirmação é de André Leal, especialista em investimentos e representante do consulado norte-americano que participou nesta quarta-feira (08) da reunião do Conselho Temático de Negócios Internacionais, na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em Curitiba.
“As perspectivas são muito positivas e pouca coisa deve mudar”, disse, buscando tranquilizar os industriais que têm grande apreensão e expectativa em relação ao novo governo norte-americano. Em seguida ele deu um recado aos presentes: “gostaria de acalmar os senhores. Não mudem os projetos de internacionalização de suas empresas em função da mudança do governo”. Leal reforçou que a economia norte-americana tem muita força e oferece muitas oportunidades. Ele advertiu, porém, que é um mercado onde não funciona o imediatismo. “Não pode fazer uma exportação e sumir”, alertou, citando exemplo de empresas que levam cinco anos para se consolidar naquele mercado.
Leal ressaltou que um dos focos do governo Trump é expandir as exportações norte-americanas e criar novos postos de trabalho. Para isso, deve combater as práticas desiguais de comércio internacional, fechando as portas para alguns países, o que pode abrir perspectivas de crescimento para o Brasil. O especialista disse que os Estados Unidos estão abertos aos empreendedores que queiram fazer negócio. Ele citou especialmente o setor de Tecnologia da Informação como muito promissor. “Um quarto das empresas brasileiras que fazem sucesso nos Estados Unidos são do setor de TI”, disse. Outras áreas promissoras, segundo Leal, são: metalmecânico, agronegócios, indústria farmacêutica e construção civil.
Paulo Pupo, vice-presidente da Fiep e coordenador do Conselho Temático de Negócios Internacionais, avaliou o encontro como positivo. Ele disse, porém, que há ainda muitas dúvidas em relação à política do governo Trump, especialmente ao que se refere à política cambial, às taxações e aos acordos comerciais com outros países. “Precisamos ficar muito atentos em relação aos próximos anúncios que serão decisivos”, disse. Pupo acrescentou que há uma grande expectativa para a formalização de um acordo bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, que já vem sendo tratado há tempo, sem evolução.
A reunião do Conselho Temáticos de Relações Internacionais contou também com palestra de Luiz Antonio Rolim de Moura, assessor do Sebrae, sobre o programa Exporta + Sebrae; e do diretor regional dos Correios, Paulo Cesar Santos, sobre o programa Exporta Fácil. Participaram do encontro os cônsules da Argentina, Pedro Marotta; do Chile, Luiz Carlos Brando; e da Tanzânia, Jonathan Bittencourt, além de industriais de diversos setores.