O G7, grupo que reúne as principais entidades representativas do setor produtivo paranaense, divulgou, nesta terça-feira (29), uma nota em que pede o fim da paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil. “Clamamos pela imediata retomada das atividades normais da vida nacional, de forma a que sejam assegurados os direitos dos brasileiros em sua rotina de trabalho, vida escolar, deslocamentos, alimentação e saúde”, afirma a nota.
O G7 destaca que, depois de nove dias de paralisação de atividades no país, os prejuízos à economia e à população brasileira são incalculáveis. Afirma, ainda, que as principais reivindicações dos caminhoneiros já foram atendidas, fazendo com que a greve perdesse seu objeto.
Apesar da urgência para o fim da greve, as entidades defendem serenidade neste momento. “A hora é de serenidade, a fim de que se encontrem condições para encaminhar propostas que, em vez de paliativas, possam solucionar os problemas que assolam o nosso país”, conclui a nota.
Coletiva
No início da noite desta segunda-feira (28), os presidentes das sete entidades já haviam feito um apelo pelo fim da greve em uma entrevista coletiva realizada em Curitiba. Participaram da entrevista os presidentes das Federações das Indústrias (Fiep), Edson Campagnolo; do Comércio (Fecomércio), Darci Piana; da Agricultura (Faep), Ágide Meneguette; das Cooperativas (Fecoopar), José Roberto Ricken; das Empresas de Transporte de Carga (Fetranspar), Sérgio Malucelli; das Associações Comerciais (Faciap), Marco Tadeu Barbosa; e da Associação Comercial do Paraná (ACP), Gláucio Geara.
“Um dia de operação da indústria paranaense equivale a R$550 milhões. Para se ter uma ideia da gravidade, todas as cadeias produtivas do Estado estão atingidas”, relatou o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. “O parque moageiro do Paraná, que produz farinha de trigo, está paralisado. As panificadoras, supermercados e varejo não estão sendo atendidos. O caos está instaurado no Paraná. Infelizmente, dentro dos próximos dias, ficarão desabastecidos, é um clima de caos completo. O prejuízo que está sendo trazido nesse momento é praticamente incalculável”, completou.
Presidente da Fecomércio e coordenador do G7, Darci Piana ressaltou que os estoques estão praticamente terminados. “Falamos principalmente na questão da alimentação, dos supermercados, mercearias, hortifrutigranjeiros, que estão quase zerados e isso começa a preocupar os nossos comerciantes”, disse. “Quanto aos demais estoques, de roupa, calçados, não são segmentos que estão com as maiores dificuldades, mas apresentam problemas pela falta de movimentação das pessoas que não se deslocam de casa por falta combustível. Isto traz um prejuízo enorme, principalmente na redução das vendas”, acrescentou.
Já o presidente da Fecoopar, José Roberto Ricken, afirmou que as cooperativas chegaram ao limite. “Há uma semana, não se entrega nenhum litro de leite, nenhum pacote de trigo, nenhuma carne, nem óleo, nem verduras, nem industrializados. Há uma semana não se entrega mais nada e há uma semana os animais estão sem comida. Só de pintinhos, tivemos que sacrificar 6,9 milhões de aves. Isso faz com que tenhamos mais uma semana de desabastecimento porque não haverá produção. A situação é gravíssima”, destacou. “Nesta semana tivemos um prejuízo irrecuperável de R$170 milhões já contabilizados. Só as cooperativas perderam três milhões de litros de leite por dia e 70 mil cabeças de suínos e 14 milhões de aves deixaram de ser abatidos somente no Paraná”, contabilizou.
Após a coletiva, os presidentes das entidades do G7 se reuniram com a governadora Cida Borghetti, no Palácio Iguaçu. Eles levaram as preocupações do setor produtivo em relação à greve e pediram providências por parte do governo estadual que possam contribuir para o fim da greve e para amenizar as dificuldades que estão sendo enfrentadas pelas empresas.
Confira a nota do G7 na íntegra:
Chegou a hora da retomada
O G7, que congrega as entidades do setor produtivo paranaense, tendo em vista que:
- Depois de nove dias de paralisação de atividades no país, com grave desabastecimento trazendo prejuízos incalculáveis à economia e à população brasileira;
- As principais reivindicações dos caminhoneiros foram atendidas, fazendo com que a greve perdesse seu objeto;
- Diante da imensa responsabilidade que nos é imposta, como empresários e cidadãos,
Clamamos pela imediata retomada das atividades normais da vida nacional, de forma a que sejam assegurados os direitos dos brasileiros em sua rotina de trabalho, vida escolar, deslocamentos, alimentação e saúde.
A hora é de serenidade, a fim de que se encontrem condições para encaminhar propostas que, em vez de paliativas, possam solucionar os problemas que assolam o nosso país.
Curitiba, 29 de maio de 2018