Uma bala feita a base da casca de banana, que pode reduzir o estresse e diminuir a erosão dentária dos astronautas. A “Balanana” foi criada pela equipe Esquadrão Lego, composta por dez estudantes do Colégio Sesi da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). O grupo foi selecionado, pela primeira vez, para participar da etapa nacional da competição First Lego League (FLL), um torneio de robótica que reúne jovens de todo o Brasil, que ocorreu entre os dias 15 e 17 de março, no Rio de Janeiro, durante o Festival Sesi de Robótica.
De acordo com Steyce Dayane Lopes, integrante do Esquadrão Lego, a ideia do projeto surgiu durante uma aula sobre os problemas que os astronautas enfrentam. “Na aula, nós lembramos de um trabalho que fizemos, no qual estudamos as propriedades da casca de banana, que tem triptofano, que auxilia na liberação da serotonina, também conhecido como o hormônio da felicidade”, comenta. Foi a partir daí, em agosto de 2018, que os estudantes passaram a estudar maneiras de diminuir o estresse e colaborar para o bem-estar dos astronautas.
Cinco equipes de estudantes do Colégio Sesi do Paraná foram selecionadas para a FLL. A rede de Colégios Sesi no Paraná traz na grade curricular as Oficinas Tecnológicas, prioridade de ensino pela pesquisa e uma metodologia inovadora na qual os estudantes do ensino médio são desafiados a aprender disciplinas como Física e Matemática com base em programação e montagem de robôs. Com isso, os alunos conseguem enxergar os temas além da sala de aula, resultando em um engajamento muito maior.
Em Umuarama, o grupo Titanium desenvolveu um aspirador nasal de sucção, que auxilia na alimentação do astronauta, limpando a cavidade nasal, tirando o muco acumulado. Para Marco Antonio de Almeida Alves, participar do torneio é uma experiência única. “O trabalho que fizemos já mostra que somos vencedores, pois evoluímos muito, etapa por etapa, sempre enfrentando e superando os desafios. O evento foi muito divertido”, comenta.
Em Cianorte, os alunos do Colégio Sesi desenvolveram um creme dental totalmente comestível. Segundo Isadora Vieira da Cruz, integrante do grupo 7th Connection, a ideia surgiu após uma longa pesquisa, na qual os estudantes identificaram alguns dos problemas que os astronautas sofrem no espaço. “Descobrimos que no espaço a placa bacteriana pode aumentar em até três vezes. Por isso, substituímos o flúor por xilitol, um adoçante natural que ajuda a fixar o cálcio no organismo”, explica.
Os problemas enfrentados pelos astronautas no espaço não são apenas físicos. É muito comum que os profissionais desenvolvam problemas psicológicos também. Pensando nisso que a equipe do Colégio Sesi de Rio Negro criou o Software Biopsicossocial (BPS), uma plataforma na qual o astronauta, diariamente, relata como foi a sua rotina, desde a alimentação, a dores que ele sentiu e como está o seu emocional. “As informações ficam armazenadas em um banco de dados, onde a inteligência artificial implementada no software analisa as respostas e ajuda o profissional caso algo fora do padrão seja identificado”, comenta Letícya Vidal, do grupo The Gears.
Os estudantes do Colégio Sesi Boqueirão, em Curitiba, criaram luvas, coletes e botas que ajudam o astronauta a praticar atividades físicas. “Os produtos têm eletroímã e são alimentados por um dínamo. Ao exercitar o corpo, o profissional evita problemas como atrofia muscular e osteoporose”, afirma Leonardo Marques de Oliveira, da Lego Länders.
Festival Sesi de Robótica
Planejar, projetar, construir e programar robôs com os materiais da Lego, desenvolvendo o trabalho em equipe, é o objetivo proposto pelo Torneio de Robótica First Lego League (FLL). Com a temática Into Orbit, nesta edição o desafio dos estudantes foi identificar soluções para problemas sociais ou físicos enfrentados por humanos que ficassem em órbita por longos períodos. Os projetos foram avaliados em quatro categorias: Desafio do Robô (programação dos robôs toda feita por alunos); Design do Robô; Projeto de Pesquisa e Core Values (trabalho em equipe).
Em 2018, a etapa regional do Torneio de Robótica First Lego League ocorreu no Sesi / Senai CIC e reuniu 630 alunos de 54 times, de todo o Paraná. O FLL regional foi dividido em duas etapas. No dia 29 de novembro e no dia 30 pela manhã, o evento ocorreu para alunos do Colégio Sesi. Já no período da tarde e na manhã do dia 1 de dezembro, o torneio foi voltado para estudantes de escolas públicas, privadas e equipes de garagem.
Novidade em 2019
Durante o Festival Sesi de Robótica também ocorreu a competição First Tech Challenge (FTC). Foi a primeira vez que a disputa aconteceu no Brasil e o Paraná também teve representantes na categoria. O grupo Wi-Fada, do Colégio Sesi do Portão, de Curitiba, criou um robô para resolver as missões da FTC. “O evento foi muito legal. Tivemos a oportunidade de conhecer pessoas e desenvolver novas habilidades e competências”, ressalta Lucas dos Santos Santana Pinto.
A FTC é uma competição de robótica que tem como objetivo estimular jovens de 12 a 18 anos a resolverem problemas de um jeito inovador e divertido. Os desafios envolvem conhecimentos em ciência, tecnologia, matemática e engenharia.