Melhorar as condições de trabalho de forma digna e segura, com apoio das novas tecnologias, foi o tema central do 3º Seminário Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho. O evento, promovido pelo Sistema Fiep por meio do Sesi no Paraná, aconteceu entre os dias 09 e 10 de maio, em Curitiba, e reuniu profissionais, especialistas e interessados no assunto. “Os riscos a que os trabalhadores são submetidos e os problemas que os afastam estão em constante mudança. O novo modelo de trabalho trará novas perspectivas e novas necessidades de estudos e acompanhamentos. A tecnologia é uma grande aliada e deve ser vista como uma grande oportunidade de nos munir de dados e de informações, para que possamos antecipar os problemas, melhorar nossos processos produtivos e a segurança e saúde do trabalhador na indústria, melhorando a gestão destes pontos nas empresas”, disse Rosângela Fricke, gerente executiva de Segurança e Saúde para Indústria do Sistema Fiep, na abertura do Seminário.
O evento, realizado em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná também celebrou o 100.º aniversário da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na mesa de abertura, além de Rosângela Fricke, também estiverem presentes a Desembargadora Marlene Fuverki Suguimatsu, presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná; o Juiz Leonardo Vieira Wandelli, representando a ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, presidente do Comitê Gestor Nacional do Programa Trabalho Seguro da Justiça do Trabalho; o Juiz Marcus Aurelio Lopes, gestor regional do Programa Trabalho Seguro da Justiça do Trabalho; Norman de Paula Arruda Filho, presidente do ISAE Escola de Negócios e Celio Pereira Oliveira Neto, presidente do Instituto Mundo do Trabalho.
Após a abertura, foi oficializada a Rede Paranaense para a Sustentabilidade na Gestão Pública com a assinatura dos respectivos representantes e parceiros da, agora, Sustenta Paraná, que têm por objetivo aperfeiçoar as práticas de sustentabilidade das instituições envolvidas, focalizando a eficiência no gasto público e a gestão dos processos de trabalho.
Vinícius Pinheiro, diretor do escritório da OIT em Nova York, participou do Seminário através de um vídeo, compartilhando um pouco da história da Organização e da sua importância. Em seguida, o diretor do escritório da OIT no Brasil, Martin Hahn, apontou alguns dos novos desafios que a indústria deve encarar. “Além dos efeitos da tecnologia, como o crescimento do home office, o trabalho do migrante e questões envolvendo alterações climáticas e sustentabilidade são alguns dos desafios que devemos enfrentar nos próximos anos. Para encará-los, devemos ter uma visão holística e multidisciplinar do ambiente profissional”, disse.
Fechando a noite, o professor Juan Carlos Garcia Quinones, da Universidade Complutense Madrid, apresentou a conferência “O trabalho humano na modernidade”.
Segundo dia de evento
No segundo dia, o primeiro painel abordou o tema “Longevidade produtiva e novas técnicas de trabalho” e trouxe a finlandesa Anna Tienhaara, consultora sênior no Finnish Institute of Occupational Health, instituição parceira do Centro de Inovação Sesi em Longevidade e Produtividade, e o professor da PUC-PR Ernesto Kugler Batista Jr. Ambos discutiram e compararam as questões de qualidade de vida profissional e envelhecimento populacional no Brasil e no exterior. Anna falou sobre projetos desenvolvidos na Finlândia e apontou que “as indústrias devem se preocupar em desenvolver processos para apoiar os trabalhadores de forma que estes utilizem toda sua experiência e conhecimento no trabalho, alcançando seus potenciais e aumentando a longevidade profissional”. Já Ernesto fez um comparativo com a experiência brasileira, que conta com uma população maior e que também envelhece em peso.
O painel “Um panorama sobre o futuro” reuniu Marcelo Abrantes Linguitte, head de Parcerias Estratégicas e Mobilização de Recursos do Pacto Global Brasil; Vitor Torres, CEO da Contabilizei; Rafael de Tarso, CEO da Exy Innovation Company, e Norman de Paula Arruda Filho, que contaram sobre seus cases relacionados ao futuro do trabalho e Revolução 4.0, especialmente sobre o diferencial de uma equipe de qualidade e multidisciplinar para o crescimento das indústrias.
A partir dos novos formatos de trabalho, da última reforma das leis trabalhistas e de tendências como economia compartilhada, o home office ou teletrabalho vem crescendo no país. Este foi o tema do painel que abriu o evento pelo período da tarde e teve a participação do presidente da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades, Cleo Carneiro, além de especialistas e do diretor de RH da Pirelli para América Latina, Giusepe Giorg. Giusepe apresentou o case de implementação de home office na empresa e os benefícios e desafios encarados no processo.
No painel “Mutações do Trabalho Humano”, o Juiz Marcus Aurelio Lopes intermediou o debate com os professores Duarte Abrunhosa e Sousa, do Centro de Investigação Jurídico-Económica da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, e Lis Andréa Soboll, da Universidade Federal do Paraná. De acordo com o palestrante português, o trabalho do futuro é cada vez mais o trabalho do presente.
O último painel foi sobre o trabalho sustentável e reuniu a Juíza do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, Thereza Nahas, o professor Marco Antonio Villatore, da PUC-PR e o procurador Glaucio Araújo de Oliveira, do Ministério Público do Trabalho.