O Sistema Fiep assinou nesta segunda-feira (8), em Curitiba, um convênio com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) para a realização de testes de conceito em um projeto que desenvolve um túnel de sanitização com tecnologia nacional. A assinatura ocorreu durante uma reunião do Conselho Temático da Indústria de Defesa (Condefesa) e contou com a participação de oficiais do Exército e do Ministério da Defesa, já que a articulação para a execução do projeto partiu das Forças Armadas, como uma das inciativas do governo federal para combate à pandemia de Covid-19.
Pelo convênio, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) está investindo para viabilizar o projeto, que já vinha sendo desenvolvido pela UTFPR em parceria com empresas do Paraná e Santa Catarina. Além do aporte financeiro, o Sistema Fiep participa com técnicos do Instituto Senai de Tecnologia em Meio Ambiente e Química, responsáveis pelos testes do equipamento, que utiliza uma solução de água e ozônio para desinfetar roupas e outros objetos de quem passa pelo túnel. O projeto também conta com apoio do Condefesa da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e participação de técnicos do Senai catarinense.
Os testes vão determinar, por exemplo, o tempo de exposição necessária para a inativação dos microrganismos e o percentual de eficiência do processo de desinfecção. A intenção é que esse tipo de dispositivo seja usado em locais como hospitais, para sanitização de roupas e itens de proteção usados por profissionais de saúde que atuam no tratamento de pacientes do novo coronavírus. Mas o túnel também poderá ser utilizado em locais de grande circulação de pessoas como aeroportos, escolas e universidades, entre outros, quando as atividades começarem a voltar ao normal. Caso todos os testes comprovem a eficiência e segurança do túnel, a Fiep pretende disponibilizar o projeto para indústrias paranaenses que queiram produzir e comercializar o equipamento.
“Nós, da Fiep, ao financiar este projeto, estamos indo ao encontro do interesse da fabricação, pela indústria nacional, dos equipamentos necessários para a proteção do nosso povo”, afirmou o presidente da entidade, Carlos Valter Martins Pedro. “Acreditamos que um projeto como este, que reúne a Fiep, a indústria do Paraná, o Exército Brasileiro e, principalmente, a academia com seu suporte de conhecimento, é importante para que tenhamos um investimento em um túnel de desinfecção de uma forma cientificamente testada e comprovada”, acrescentou.
O general Luiz Antonio Duizit Brito, chefe do Departamento de Promoções Comerciais do Ministério da Defesa, destacou a forte mobilização ocorrida para desenvolvimento do projeto. “O relacionamento já existia com os Condefesas das Federações das Indústrias e a mobilização que ocorreu, envolvendo também a academia, foi fantástica”, declarou. “Iniciativas de toda ordem estão dando certo, reduzindo a nossa dependência tecnológica e trazendo resultados imediatos. Este projeto tem que se refletir numa rápida industrialização, e vai trazer o resultado que toda a população precisa e que seria muito bem-vinda para a retomada das atividades normais e prevenção de outros fenômenos como este”, acrescentou.
Outras oportunidades
Durante a reunião, o general Brito apresentou também outras iniciativas que estão sendo apoiadas pelo Ministério da Defesa para enfrentamento da pandemia. Além disso, reforçou que inúmeros produtos e itens estão sendo adquiridos em caráter emergencial para utilização no combate à disseminação do vírus. As indústrias, inclusive, podem se cadastrar no site do ministério, candidatando-se a fornecer seus produtos. O cadastro pode ser feito neste link.
Também participaram da reunião o general Carlos Penteado, comandante da 5ª Divisão de Exército, que abrange Paraná e Santa Catarina, além dos professores da UTFPR Júlio César Azevedo, Douglas Renaux e João Carlos Roso. O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, participou por videoconferência.