Produção industrial do Paraná tem maior crescimento do Brasil em maio

Alta em relação a abril foi de 24%, mas resultado do setor no acumulado do ano em relação a 2019 ainda é de queda de 8,9%

O setor industrial do Paraná registrou o maior crescimento do país em maio, com crescimento de 24,1% em relação a abril. A informação sobre o desempenho dos estados foi divulgada nesta quarta-feira (8/7), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na semana passada, o órgão já havia divulgado o crescimento de 7% na atividade industrial no país. Os vizinhos do Sul também tiveram alta no mês, porém, bem menores. Santa Catarina, de 5,4%, e Rio Grande do Sul, de 13,3%.

Setor alimentício registrou crescimento de 6,9% este ano.
Crédito das fotos: Gelson Bampi

“O bom desempenho da indústria paranaense em maio é um alento para o setor, que foi fortemente afetado pelas medidas de isolamento no início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, com vários setores tendo suas atividades totalmente paralisadas”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Carlos Valter Martins Pedro. “Mas ainda não é possível afirmar que este crescimento indica uma recuperação, já que os resultados no ano e em relação a maio de 2019 ainda são negativos”, completa.

De janeiro a maio, o estado acumula queda de 8,9% em relação a igual período de 2019. Santa Catarina também tem redução, de 15,4%, no ano, assim como Rio Grande do Sul, de 16,6%. No Brasil, a retração em relação ao mesmo período do ano passado é de 11,2%. Apenas Rio de Janeiro registra alta, de 2,8%, entre todos os estados do país.

Comparando maio deste ano com o de 2019, o resultado nacional, do Sul e do Paraná preocupam. Aqui houve queda de 18,1%; em Santa Catarina, de 28.6%; e no Rio Grande do Sul, de 27,3%. No Brasil, a retração é de 21,9% no setor.

Segundo o economista da Fiep, Evânio Felippe, os números mostram que o setor industrial ainda sofre o impacto da crise gerada pela pandemia. Mas, se de um lado houve paralisação e queda de produção. Por outro houve crescimento. Responsável por cerca de 30% da atividade industrial no Paraná, o setor alimentício registrou crescimento de 6,9% este ano. Papel e celulose também tem alta acumulada de 6,5%.

“Uma explicação para o desempenho positivo da indústria paranaense em maio com relação a abril, e da queda menor do que a registrada pelos os estados vizinhos no ano, é que a atividade agroindustrial tem crescido significativamente, segurando o resultado do setor como um todo. Isso confirma que o Paraná ainda não está num processo de recuperação, mas que a intensidade da queda na produção vem desacelerando”, afirma Felippe.

Exemplos do impacto da crise na indústria se refletem principalmente no setor automotivo, também um dos mais relevantes do estado, com queda acumulada, de janeiro a maio, de 38,3%. Fabricação de máquinas e equipamentos também encolheu, com redução de 32,5%; assim como moveleiro, com -15,3%.

Até o fim do ano, Felippe acredita que o desempenho da indústria estará atrelado à forma como as diferentes regiões do estado devem se comportar com relação a medidas mais restritivas ou de maior flexibilização do isolamento social. “Em maio houve a retomada de algumas atividades e isso se refletiu no resultado do mês. Se houver um controle da crise sanitária no estado, a tendência é que o setor siga em recuperação. Já se o problema se agravar e for necessário interromper novamente a atividade em alguns segmentos, o impacto deve ser maior e se estender enquanto durar a pandemia”, conclui.

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