Fábrica em São José dos Pinhais comanda entrega de equipamentos para a vacina “Butanvac”

Acadêmico do Sistema Fiep domina a tecnologia alemã e o conceito Erro Zero que garantem a segurança máxima do imunizante nacional Com os trabalhos acelerados para a entrega do novo Centro de Produção Multipropósito de Vacinas (CPMV) do Instituto Butantan, em São Paulo, os brasileiros aguardam ansiosos o início da produção e disponibilização da vacina […]

Blocos vieram industrializados da Alemanha e projeto foi finalizado no Brasil (crédito da foto: Gelson Bampi)

Acadêmico do Sistema Fiep domina a tecnologia alemã e o conceito Erro Zero que garantem a segurança máxima do imunizante nacional

Com os trabalhos acelerados para a entrega do novo Centro de Produção Multipropósito de Vacinas (CPMV) do Instituto Butantan, em São Paulo, os brasileiros aguardam ansiosos o início da produção e disponibilização da vacina nacional, conhecida como “Butanvac”.

Uma das indústrias que participam do projeto é a GEMÜ do Brasil, há 41 anos no país e cuja unidade fabril fica em São José dos Pinhais (PR). Com prioridade total, a matriz da GEMÜ, na Alemanha, desenvolveu, em apenas quatro semanas, todas as válvulas da linha de geração e produção de água pura (PW) e água de injetável (WFI) do CPMV e enviou para a sua unidade brasileira, em São José dos Pinhais, realizar a soldagem, o polimento mecânico e o eletropolimento, eliminando a possibilidade de contaminação por acúmulo de líquido no interior das válvulas por onde passarão os insumos da vacina contra a covid-19.

“Trouxemos o que há de mais avançado na Alemanha. Nosso desafio é garantir que as válvulas e outros equipamentos de medição e controle usados nesse complexo tornem a planta uma referência tecnológica no Brasil e no mundo”, conta o gerente da área farmacêutica, alimentícia e de biotecnologia da GEMÜ, Hans Paul Mösl.

Entre os blocos especialmente projetados, 28 têm construção de 6 vias, o que representa a tecnologia mais específica no mundo para a fabricação de fluidos farmacêuticos. “Com um projeto compacto e construção robusta em aço nobre inoxidável, estamos usando a tecnologia mais avançada que existe, garantindo que o produto seja fabricado com o menor risco de contaminação possível”, explica Mösl.

Para garantir esse resultado, a indústria trabalhou com o chamado Erro Zero, eliminando a possibilidade de contaminação por acúmulo de líquido no interior das válvulas, o que poderia comprometer a qualidade da vacina. E a responsabilidade por esse trabalho esteve nas mãos do acadêmico de Engenharia de Produção do Sistema Fiep, Maikon Branco, soldador-montador e líder do setor de bioválvulas da GEMÜ do Brasil.

“Nesse caso do Butantan, em específico, os blocos vieram industrializados da Alemanha, já fabricados com todas as saídas por onde passarão os insumos da vacina. Eu realizei a finalização do projeto aqui no Brasil, com a solda de elementos como tri-clamp, extensão dos tubos de entrada e/ou saídas desses blocos especiais, bem como o polimento interno. Para isso, eu trabalho com o chamado Erro Zero. Nenhuma porosidade pode existir, para que nenhuma substância e/ou bactéria possa se propagar e venha a comprometer a produção da vacina”, explica Maikon, que desabafa em relação à responsabilidade para executar esta atividade de Erro Zero. “Existe um peso muito grande, porque é um trabalho muito minucioso. Um trabalho que não pode apresentar nenhuma falha. A margem de erro é zero. Sinto o peso dessa responsabilidade, ainda mais sabendo que todos os meus compatriotas poderão ser vacinados ao longo de toda a vida com a vacina que passará por essas válvulas que passaram pelas minhas mãos. Um trabalho simples, minucioso e, ao mesmo tempo, muito complexo. ”, relata Maikon.

Fabricação com Erro Zero: trabalho minucioso com a Engenharia de Produção

Para aprender a lidar com o Erro Zero, em 2018 Maikon foi enviado para a matriz da GEMÜ na Alemanha, tendo como responsabilidade manter a mesma qualidade na unidade fabril brasileira, empregando o conhecimento em outras entregas realizadas pela indústria. O que ele não imaginava é que, dois anos depois, o mundo entraria em uma situação de pandemia e ele teria a responsabilidade de aplicar o Erro Zero nas válvulas dedicadas exclusivamente para a passagem da vacina brasileira contra a covid-19.

Para Maikon, aplicar o Erro Zero atrelado ao conhecimento obtido a partir da Engenharia de Produção das Faculdades da Indústria do Sistema Fiep tem sido fundamental para o desenvolvimento da sua atividade. “Eu já tinha muita experiência no ramo industrial, mas o conhecimento que estou adquirindo na minha graduação tem me ajudado muito. A Engenharia de Produção é uma área bastante abrangente e vai muito ao encontro do meu trabalho e da necessidade da indústria. Tem ampliado muito a minha visão em relação ao mercado industrial e me deixado muito mais rápido em relação às respostas que eu preciso dar para os problemas do dia a dia. Meu raciocínio está muito mais veloz para antever e resolver os problemas de maneira correta”, comenta.

Nesse contexto, o gerente da área farmacêutica, alimentícia e de biotecnologia da GEMÜ destaca a importância do Sistema Fiep como organização de apoio à indústria paranaense para a troca de conhecimentos a favor do desenvolvimento local. “Tudo o que é a nível de federação vem ao encontro daquilo que nós precisamos. Para a GEMÜ, que está com uma fábrica com cem colaboradores dentro do Estado do Paraná, é importantíssimo o apoio da Federação do Estado, fomentando o ensino e ajudando na transferência de conhecimentos. Isso para nós é primordial.”

Outro ponto importante para a GEMÜ é a existência de profissionais como o Maikon e a equipe do Paraná, habilitada para finalizar, no Brasil, o processo das válvulas para a fabricação da vacina contra a covid-19. “O processo de solda e polimento mecânico é um trabalho minucioso e manual. Nesse caso, especificamente, quando falamos em indústria farmacêutica, trabalhamos com qualidade de acabamento capaz de garantir que qualquer tipo de bactéria que possa vir a passar por dentro da válvula não tenha onde se alojar, garantindo um acabamento perfeito, sem risco de contaminação. Esse é o objetivo por trás desse trabalho tão importante que a nossa filial no Brasil realiza”, explica Mösl.

Todos os componentes para o novo Centro de Produção Multipropósito de Vacinas (CPMV) do Instituto Butantan foram montados na indústria da GEMÜ em São José dos Pinhais e enviados para entrega ao Instituto Butantan que seguirá com a finalização do Centro de Produção para iniciar os primeiros testes da linha ainda no mês de novembro e, em fevereiro de 2022, começar a entrega das primeiras doses da Butanvac para a população brasileira.

 Saiba mais sobre a Butanvac

No CPMV serão produzidas sete diferentes vacinas, incluindo a Butanvac. O projeto tem coordenação da organização social Comunitas e da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP), que conseguiu angariar R$ 187,8 milhões com 41 grandes empresas. A fábrica de imunizantes tem 7 mil metros quadrados – quase quatro vezes mais que a atual unidade do Instituto Butantan e a previsão é que a produção comece em fevereiro de 2022, com capacidade total para 100 milhões de doses por ano.

Sobre a GEMÜ – A filial da multinacional alemã criada por Fritz Müller na década de 1960 disponibiliza ao mercado brasileiro válvulas de extrema eficiência e qualidade. A planta situada em São José dos Pinhais (PR), que conta com 100 colaboradores e completa 40 anos em 2021, produz válvulas e acessórios para o tratamento de água e efluentes em indústrias de todas as áreas, como siderurgia, fertilizantes e setor automobilístico, bem como para integrar sistemas de geração de energia. Na área de PFB (farmacêutica, alimentícia e biotecnologia), a GEMÜ é líder mundial e vende para toda a América Latina produtos de alta precisão, com atendimento local, além de consultoria com profissionais capazes de orientar na escolha da melhor solução em válvulas para cada aplicação.

Sistema Fiep - Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná
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