Fiep participa de diálogo da indústria com pré-candidatos à presidência

Diretores da entidade avaliam que evento promovido pela CNI foi oportunidade para o setor marcar posição e apresentar suas demandas

Comitiva do Sistema Fiep é composto por diretores e executivos da entidade (Fotos: Gelson Bampi)

Uma comitiva de diretores e executivos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) participou, nesta quarta-feira (29), em Brasília, do Diálogo da Indústria com os Pré-Candidatos à Presidência da República. Promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o encontro recebeu três pré-candidatos, que apresentaram suas propostas a uma plateia composta por mais de 1,2 mil industriais de todos os estados brasileiros. Os postulantes ao cargo máximo do Executivo também receberam da CNI documentos com 21 propostas que a indústria acredita serem essenciais para alavancar a economia do país.

O diálogo teve as participações dos pré-candidatos Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), além do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi convidado, mas não compareceu. Cada um dos participantes, separadamente, teve 25 minutos para apresentar livremente suas propostas. Em seguida, respondiam a três perguntas formuladas por presidentes de Federações de Indústrias ou associações setoriais. Por fim, tinham mais 5 minutos para considerações finais.

Para os representantes da Fiep, o evento foi uma oportunidade ímpar para conhecer as propostas dos pré-candidatos, além de marcar a posição da indústria em relação ao que é fundamental para o desenvolvimento do setor e do país. “É um momento único para a indústria apresentar as suas propostas, que são elaboradas em cima das demandas do setor”, disse a vice-presidente da entidade, Carmen Lúcia Izquierdo Martins. “Isso é importante para marcar posição junto aos candidatos. Não sabemos quem vai ganhar, então todos precisam ter conhecimento de que a indústria brasileira é o motor da economia do país e suas necessidades devem ser consideradas dentro dos planos de governo”, completou.

Em sua opinião, entre os principais temas tratados no encontro, as políticas na área da educação estão entre as mais relevantes. “Depois da pandemia, tivemos uma grande evasão escolar, inclusive no Paraná, então temos que trazer esses jovens de novo para a escola. Não podemos ter jovens que não estudam e não trabalham, precisamos qualificar essa nova geração”, justificou.

Também vice-presidente da Fiep, Edson Vasconcelos reforçou a importância do evento para que a indústria marque seu posicionamento. “É muito importante quando a indústria, de forma organizada, consegue compilar as suas propostas e demandas olhando o próximo mandato. O diálogo é fundamental, principalmente mostrando que há um entendimento da indústria em alguns caminhos que devem ser seguidos, buscando a condição básica para que a gente saia de um ambiente de desindustrialização e forte concorrência internacional”, afirmou, defendendo políticas que, em curto prazo, ampliem a competitividade e produtividade do setor. “A CNI consegue se aproximar e criar uma abertura com aquele que for o vencedor da eleição para depois, no seu mandato, fazer com que uma boa parte dessas propostas se transforme em prática”, completou.

Já Alcino de Andrade Tigrinho, outro vice-presidente da Fiep, destacou que é importante que a indústria se posicione neste momento de definições de planos de governo, porém o setor também precisa se manter atuante após o início de um novo mandato. “O investimento que se faz na indústria é extremamente elevado, seja para termos mão de obra qualificada ou para atualização tecnológica. Então o setor tem que ser ouvido e nada melhor do que estes momentos. Mas também temos que ser mais atuantes, cobrando mais”, afirmou.

Entre os principais temas abordados nas falas dos pré-candidatos, Tigrinho destacou a necessidade de uma Reforma Tributária, mas acrescentou que ela precisa vir acompanhada de uma reforma do Estado. “É preciso diminuir o tamanho da máquina pública porque não há dinheiro que chegue. Nós fazemos isso em nossas empresas quando o dinheiro começa a encurtar, mas os governos não fazem, e isso precisa ser repensado”, concluiu.

Robson Braga de Andrade, presidente da CNI

Política industrial focada em inovação e sustentabilidade
Em seu discurso na abertura do Diálogo da Indústria com os Pré-Candidatos, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, defendeu uma política industrial moderna, pautada nos investimentos em inovação e tecnologia e na agenda do clima, para o país ter ganhos na produtividade e competir no mercado internacional.

Segundo ele, há uma janela de oportunidade com a revolução verde e tecnológica pela qual o mundo todo está passando. Mas o Brasil não vai alcançar os países mais avançados na economia 4.0 e de baixo carbono se não consolidar uma política para investir em inovação e ter uma indústria nacional forte e dinâmica – já que o setor responde por quase 70% dos investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento. “Para dar esse salto, é preciso implementar uma estratégia nacional de longo prazo que estimule a ciência, a tecnologia e a inovação. Essa política deve ter instâncias de governança bem definidas, recursos adequados, e metas e prazos ambiciosos”, disse.

Cruciais para o crescimento da economia e a melhora da qualidade de vida da população, as áreas de educação e de infraestrutura também foram lembradas. Por último, Andrade reforçou a urgência de aprovar a reforma tributária. Como ele lembrou, as mudanças no sistema de tributação sobre o consumo já foram amplamente discutidas e estão prontas para votação no Congresso Nacional.

Simone Tebet
A pré-candidata Simone Tebet prometeu que a reforma tributária sobre o consumo será aprovada pelo Congresso Nacional nos seis primeiros meses de governo, se ela for eleita. A senadora reconheceu a relevância do setor produtivo para a retomada do crescimento do Brasil e destacou a importância da consolidação de uma política de desenvolvimento industrial coordenada pelo governo federal com metas claras e alinhada às melhores práticas internacionais e à economia de baixo carbono.

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Ciro Gomes
O pré-canditato Ciro Gomes afirmou que sem uma indústria de transformação forte, que é a base da passagem do Brasil para a economia do conhecimento, não existe desenvolvimento. “Sem uma indústria poderosa, que lidere o centro da estratégia de desenvolvimento do país, nenhuma nação se desenvolveu”, afirmou. A premissa do seu projeto de desenvolvimento tem três passos. Primeiro, aumentar o nível de formação bruta de capital dos atuais 15% para 22%. Segundo, recriar o Ministério de Indústria e Comércio e assinar um pacto de cooperação entre governo e setor privado para hierarquizar o que precisa ser feito em tempos de escassez de dinheiro público. Por fim, ampliar o investimento em educação básica e superior e em ciência, tecnologia e inovação. O pré-candidato defendeu, ainda, o fim da reeleição.

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Jair Bolsonaro
O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que seu governo criou segurança jurídica para o país avançar. Ele enfatizou que mais de 20 mil normas sem eficácia foram revogadas desde que assumiu o cargo. Bolsonaro mencionou também que houve avanços em normas trabalhistas, na área de infraestrutura, na política econômica e na desburocratização de regras. Ele disse ainda que, caso reeleito, vai criar um ministério específico para a indústria e comércio no próximo mandato.

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